20 de out. de 2013

CASO ANTIGO

Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam... [Paulo Coelho]

Conheci Leonardo há oito anos atrás quando comecei minha vida sexual no mundo virtual. Claro que eu já havia experimentado outras brincadeiras com um ou outro primo, mas nada além de uma zuação boba. Transa boa mesmo sem enrolação foi mais tardiamente. Era uma tarde de sexta, eu estava zapiando nas salas de bate papo e acabei esbarrando com Leonardo, eramos adolescentes e com tesão de sobra, era só encostar ou falar uma simples besteira que o danado já ficava em pé.

Em poucos minutos teclando combinamos um horário e logo fiquei na portaria do meu prédio esperando Leo, que chegou bem nervoso, caladão, vestindo regata e bermuda. Na época eu era um moleque magro, sem muitos atrativos, enquanto ele já era mais encorpado, estilo playboy atlético e bem safado. Subimos para meu apartamento que estava vazio e nos pegamos no sofá da sala. Lembro-me que nos chupamos ainda sem muita pratica, dois estarem meio afoitos e por fim um brincou no cuzinho do outro, mas Leonardo finalizou me comendo gostoso e bombando bem depressa.

Depois desse primeiro encontro mantivemos contato, eramos os clássicos amigos de foda. Quando ele arrumava algum namorado sumia do mapa e só reaparecia quando brigava com seu parceiro ou quando terminava, o mesmo caso se aplicava a mim.

Oi, ta sozinho em casa hoje?

Estou, minha mãe foi a cidade. Quer vir pra cá matar a saudade?

Em 10 minutos estou ai.

Mudamos de bairro, cursamos universidade, mudamos de cidade, de amigos, de namorados e ficantes, mas mesmo assim nos encontrávamos entre uma ou duas vezes ao ano. E a cada transa nosso sexo era melhor. E assim nossas transas perpetuavam por meses e anos. Foram inúmeras gozadas pela casa, recordo-me de algumas, uma em pé com ele me colocando contra o guarda-roupa e metendo sem dó, outra no mesmo estilo mas me colocando de frente para o espelho do banheiro, outra na cama de casal que tínhamos para hospedes, outra na sala de casa com ele me pegando no braço do sofá e bombando em meu cuzinho na posição de frango assado, entre tantas outras.

Cheguei a comer Leonardo duas vezes, porém meu pau é maior e mais grosso que o dele e nas duas vezes que bombei no cuzinho dele tinha que gozar rápido pois ele não aguentava por muito tempo, mesmo assim era bom. Com o tempo um afeto foi aparecendo entre a gente, hoje quando gozamos ficamos deitados um ao lado do outro, nos beijamos e nos tocamos mais tamanha cumplicidade que surgiu.

Eu queria te conhecer melhor um dia. Disse Leonardo deitado ao meu lado depois de gozarmos.

Sério??

Aham, a gente se conhece faz anos mas nunca fizemos nada juntos além de transar.

Pra mim é bom assim do jeito que está.

Por que? Podemos pegar um cinema juntos.

Por que se a gente vira amigo o sexo estraga e fica chato.

É... vai que fica chato, né? Concordou

E assim continuamos nossa relação, sabemos pouco um do outro mas na cama sabemos tudo, exatamente cada ponto de contato, cada parte do corpo mais sensível e como fazer gostoso dando prazer ao outro. Bastava nos vermos para a coisa acontecer, tínhamos prazer no cheiro do outro, na boca e no toque.

Oi...

Oi, ta livre hoje.

Estou namorando e to comportado agora. Disse Leonardo

Entendi. Tudo bem, eu espero, quando estiver disponível eu vou querer você, estou com saudades.

Pode deixar. Eu também sinto saudades de você. Tanto eu como você podemos namorar mas não vou querer ficar sem você. A gente é pra sempre.

Eu e Leonardo nos tornamos homens, temos nossas vidas um longe do outro, mas o fato é que temos algo de pele e não conseguimos ficar longe, o corpo do outro nos chama. Amor? Não, não é amor, eu não passo meus dias pensando nele, não perco noites de sono e nunca sofri por saber que ele por vezes estava com outro, o mesmo acontece com ele em relação a mim. Não sei definir o que temos um com o outro, o que seié que nossa relação se construiu de forma descompromissada assim e se um dia ficássemos juntos como namorados eu não daria três meses para tudo acabar. Talvez um dia nossos encontros acabem, mas até lá seremos um do outro sem prazo de validade, até lá será como ele me disse... A gente é pra sempre.

O garoto errado
garotoprivado@hotmail.com

Um comentário:

  1. Era um domingo depois de anos de conversa. Um sumia por tempos, outro por semanas. O que não conseguia fazer era deixar a madrugada vazia sem nossas conversas.
    Por tempos e incontáveis dias eu esperei anciosamente e creio que recíproco vivenciar aquelas sensações todas daquele café informal com muito chocolate quente, pão de queijo e um dos melhores e mais sensuais bejjos da minha vida. Sem política, pudor ou preocupação social, tudo por prazer.
    Eu fico pensando nesses 24 anos 9 meses de vida, dessas loucuras todas que pouco fiz e daquele momento breve e inoportuno que me fez valer a pena. Pouca e não tão menos importante pena capaz de escrever memorável momento.

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