19 de mai. de 2016

A IMAGEM E O DESEJO



A fotografia nunca se revela por inteiro quando você se desmancha por alguém. Essas relações lembram uma foto polaroid: a imagem vai aparecendo aos poucos. Algumas coisas se distanciam do sentimento original, mas isso é a vida. [Mia Farrow]


Conheci Shaffer num aplicativo onde ele anunciava buscar homens para serem fotografados, perguntei qual era a situação e ele me apresentou o projeto Lightrapping, com registros fotográficos de homens nus em locais públicos. Conversamos durante alguns dias, falei a ele sobre meu trabalho como garoto de programa e a partir daí surgiu o convite para fotografar o grupo White Boys em São Paulo.

Lightrapping tem como característica traçar uma cartografia do fotografado por meio de um bate papo informal onde padrões éticos e morais são deixados de lado para revelar aspectos pessoais e íntimos. A ideia é fornecer ao fotógrafo informações para que ele a partir de uma série de conversas possa propor e criar imagens. As fotos frequentemente são feitas com obturador em velocidade baixa, utilizando luz e sombra, iluminação noturna, lugares inusitados e corpos nus.

As fotos foram produzidas dentro de um apartamento em São Paulo, logo após um ensaio sensual do grupo para o site White Boys. Eduardo, Caio, Lucas e Victor despiram-se de uma forma diferente para que Shaffer pudesse clicar seus corpos em diferentes ângulos, buscando compor imagens a partir das características físicas de cada um.

Shaffer é um homem bonito e a temática desafiadora de seu projeto aliadas ao desejo torna-se ingrediente chave para que seus modelos revelem segredos escondidos. As conversas são pontuadas a níveis que levam a excitação que são maiores ou iguais ao desejo de ser tocado pelas lentes de Shaffer. Lightrapping da vazão ao nu consensual e obscuro de cada um.

Acesse o site do projeto e confira o ensaio dos White Boys e de outros homens que já posaram para as lentes de Lightrapping.


Acesse: 
www.lightrapping.com


O garoto errado









9 de mai. de 2016

CHIEF EXECUTIVE OFFICER



Eu gostava do desafio de abrir a porta para um desconhecido e fazer daquele momento um dos mais inesquecíveis da vida dele. Eu gostava de todo dia viver uma história nova, inesperada e imprevisível. Eu gostava do sexo. (Karin– O Negócio)

Seja qual for seu negócio com o tempo novos rumos são necessários, na prostituição não é diferente. Com a criação do White Boys a título de curiosidade o grupo passou a ser assediado por muitos homens. Em pouco tempo a notícia se espalhou, o site passou a ter centenas de acesso e especulações começaram a surgir.

Muitos de meus clientes que antes saiam somente com Eduardo, passaram a se aventurar com Caio e Lucas sob minhas indicações. Programas em duplas e trios eram mais recorrentes e sair do lugar comum deixou de ser uma exceção e passou a ser um hábito. Fetichistas, sadomazoquitas, românticos, ninfomaníacos, tímidos e casais passaram a realizar a fantasia de transar com dois ou mais garotos a partir do trio de WB.

Por falar em lugar comum, era hora de lançar Caio e Lucas ao abismo. Marquei a primeira temporada dos garotos em São Paulo, levei a ideia aos dois, conversamos a respeito de buscar novos horizonte e ambos toparam a viagem. Uma escada só pode ser explorada e media que avançamos mais degraus. Se deu certo comigo em algum momento dará certo com vocês. Tudo que aprendi nessa profissão foi sozinho e por não ter medo de arriscar. Expliquei. 

Ao desembarcar em São Paulo não perdemos tempo e nos dirigimos para o hotel. Lucas tinha uma agenda para às 15h com Oscar, um cliente veterano que gostava se ser passivo, mas era bem apertado e eufórico na cama. Ele adorava morder as orelhas desavisadas. Enquanto Lucas se divertia com Oscar, eu e Caio estávamos no quarto em frente assistindo TV. Um tempo depois recebo uma mensagem de Lucas pedindo que eu fosse ao quarto, Oscar queria me ver. Me aprontei e bati na porta.

Ao entrar no quarto Oscar me recebeu nu, avistei Lucas deitado. O quarto estava quente com cheiro de sexo. Oscar sorrindo me abraçou.

Edu, desculpa pedir para te chamar, mas não pude deixar de lhe dar um abraço e agradecer por esse garoto. Que primor, que delicia! Você também é uma delicia Edu. Como você ta de tempo? Quer se juntar a nós? indagou

Rindo eu agradeci mas declinei do convite. Obrigado Oscar, que bom que você gostou dos garotos.  Bom, como você não cogitou algo em dupla eu não me preparei, prefiro deixar vocês ficarem a sós, se divertirem, logo terei que sair. Mas garanto que teremos outras oportunidades. Expliquei e me despedi para que continuassem o programa.

Entre os clientes marcados em minha agenda havia Dionizio. Um homem de meia idade, bonito e com um desejo especial. “QUERO ME SENTIR DESEJADO!” Disse ele ao confirmar o programa com o Trio WB.

Eduardo, você precisará me ajudar. Tenho medo de travar na hora e ficar tímido!

Fique tranquilo, faremos tudo correr bem...

Inicialmente eu ia marcar somente com você, por tudo que já li a seu respeito. Já tive experiências frustrantes com outros garotos. Pelo que dizem você é especial e faz valer a pena.

Dionisio assim como os outros não entendia que eu não fazia nada demais... Eduardo tinha aprendido na cama que um produto não precisa ter nada de especial, quem tem que ser especial é o CLIENTE, é quem consome o produto. E no dia do encontro, não demorou muito  para  ele se sentisse desejado por mim, Caio e Lucas, deitado entre nossos corpos ele foi beijado, chupado e tocado em diferentes ritmos. Seu corpo pulsava de prazer, e em certos momentos davam espasmos de arrepios. Ele foi penetrado pelos três, seus olhos claros não piscavam e só relaxou depois que ejaculou muito.

A temporada seguir num fluxo interessante. Entre o revezamento de clientes houve também uma bela pernoite entre Dom Quixote (é como chamo um cliente veterano que tem traços e barba característica de uma bela ilustração da história de Miguel de Cervantes.
Dom Quixote sempre fechava pernoites regadas a vinho e muita conversa. Na ocasião ele perguntou a mim se eu gostaria de trazer um dos garotos e quem eu indicaria. Conhecendo seus gostos por lisos e passivos indiquei o Caio, que não é tão passivo, mas sob minha batuta topou o desafio.
A tensão dele era tanta diante do fato e fazer passivo que ele não quis jantar. Eu assegurei que não era necessário esse jejum.

Caio, esse cliente gosta de conversar pelo menos duas horas e tomando vinho. É uma pernoite, ele não tem pressa para transar. Até lá você já fez digestão, se ficar sem comer você vai sentir fome.  Expliquei

Caio, eu se fosse você comia algo. Alertou Lucas

Não quero arriscar. Não vou jantar essa noite! Disse ele.

No horário marcado Dom Quixote nos pegou na porta do hotel. Ao chegar em seu apartamento tiramos nossos sapatos, ele pegou uma garrafa de vinho tinto, nos serviu, sentou-se entre mim e Caio e ligou a TV no canal Masterchef deixando a TV sem áudio. Começamos a conversar e o primeiro assunto foi como andava a vida, logo ele quis saber sobre o grupo WB e assim por diante. Durante a conversa os olhos de Caio estavam voltados para a TV, ele praticamente foi torturado com os belos pratos que passavam no Marterchef. Eu tive que me segurar para não rir dele. Foi cômico para não dizer trágico. Caio sentado diante de uma TV de 40 polegadas, vendo deliciosos pratos em jejum na espera por ser passivo.

Após uma longa conversa começamos a nos pegar, o beijo quente de Dom com gosto de vinho era suave e logo mudou o clima. Nossas bocas se revezaram e logo fomos para cama. Com muito cuidado ele penetrou Caio que após alguns minutos cavalgou em seu pau grosso e cabeçudo, logo depois foi minha vez. Dom encaixou seu pau, empurrou e segurou em minha cintura fazendo eu cavalgar mais forte, ele segurou ao máximo para não gozar e depois que penetrou ambos por um longo tempo sentiu-se apto para ejacular satisfeito pelo feito da noite.

Eduardo e Caio, olha, não esperava que fosse tão bom assim. Posso garantir que esse grupo de vocês realmente tem potencial para realizar as fantasias de muitos homens. Decretou Dom Quixote.

Após um banho quente ele avisou que nos deixaria no hotel pois uma amiga o avisou de ultima hora que passaria pela manhã em seu apartamento. De volta ao hotel Caio não hesitou em pedir uma massa para comer. Rimos muito falando do canal e da tortura que ele passou em assistir Marterchef.

A temporada em São Paulo foi interessante por apresentar aos garotos um novo cenário. Além disso pude passar algumas orientações sobre como organizar uma agenda, reservar um hotel, pensar num quarto, como negociar e se locomover em São Paulo, entre outras demandas.

De volta a São José dos Campos fizemos um balanço da temporada com objetivo de organizar uma próxima viagem. Com a devida apresentação dos garotos a capital já poderíamos pensar em novas temporadas, mas antes era necessário renovar o material, com novas fotos, novas ferramentas de trabalho e novas estratégias.

Eduardo White
O garoto errado