12 de nov. de 2015

CORROMPENDO UM VOYER

É a teoria que decide o que podemos observar. [Albert Einstein]

Muitas vezes passamos observamos a vida e confundimos o tempo despendido com a contemplação, ficamos indecisos de quais rumos tomar de deixamos de tentar e nos lançar a novos feitos pré-julgando um comodismo que acreditamos ser o caminho certo.
 A temporada em São Paulo surpreendeu, nunca imaginei que depois de meses parado ao retornar eu seria surpreendido novamente com minha agenda lotada. Posso dizer que este retorno aconteceu sem pretensão. Desde a mudança brusca a que me impus devido ao meu esgotamento em São Paulo e uma oportunidade de trabalho que veio a calhar em maio de 2014, eu havia parado com os programas, foram 18 meses imersos num escritório, focado em outra área profissional envolvido com outros projetos que só me fizeram crescer pessoalmente. Obviamente houve momentos em que batia a saudade de Eduardo e da vida como garoto de programa.  Não ter horários definidos para dormir e acordar, ser meu próprio patrão e fazer meu próprio lucro. Porém havia também a lembrança de algumas inquietações e das incertezas que vivemos diariamente. Mesmo assim a vontade de voltar e fazer algumas temporadas como uma despedida estendida existia dentro de mim. Falo despedida pois já não tenho o mesmo ritmo, em um ano muitas coisas mudaram e não posso me dedicar 100% a vida de Garoto de Programa.

Nesses devaneios nossa política e os escândalos na corrupção do pais quebram o Brasil e claro, nós trabalhadores pagamos o pato, eis que meu contrato não foi renovado com uma singela carta de elogios pela presteza nas atividades desenvolvidas acompanhado de um recado: “PASSE EM NOSSO RH NO MÊS DE JANEIRO DE 2016, ATÉ LÁ ESPERAMOS RECONTRATA-LO”.
O reflexo dessa onda foi tão grande que demitiram estagiários, prestadores de serviço e reduziram o horário da jornada de trabalho, além de outros cortes.

Estávamos em agosto e eu era mais um desempregado nas estatísticas do Governo, foi então que pensei “É AGORA OU NUNCA”; Decidi chamar Eduardo White para assumir minha vida, pelo menos até janeiro de 2016. Isso é um ultimato? Claro que não! Eduardo poderá ainda permanecer e partilhar meus dias. Não ousarei estabelecer um ponto final para não precisar me retratar posteriormente. Apenas digo que até o fim de 2015 ele estará 100% na ativa.

Voltando aos programas, primeiro comecei atendendo clientes em minha cidade, São José dos Campos, mas como sabemos em toda cidade pequena o mercado do sexo pago é mais difícil e grande parte não se dispõe a pagar um cachê digno que compense seu trabalho e deslocamento, sem contar os gastos extras que temos com preservativo gel lubrificante, óleo para massagem e gasolina para o deslocamento. Por esse motivo voltei atender pouquíssimas pessoas em minha cidade natal, visto que com os reajustes no cachê apenas uma parcela se disporia a pagar o valor solicitado para um programa.

No final de setembro planejei então uma temporada em São Paulo, a prioridade foi dada  aos meus clientes antigos, embora eu pensei em recorrer a outros meios como sites pagos de anúncios de garoto, eu resolvi tentar abrir minha agenda somente para quem já me conhecia de longa data. O primeiro comunicado veio pelo meu blog, que já não conta com os milhares de acessos em tempos áureos, mesmo assim ainda é muito lido, depois parti para um corpo a corpo enviando um tipo de freepass via whatapp para minha carteira de clientes, pessoas com quem mantenho algum contato e falo sobre amenidades e para fechar coloquei um breve aviso num dos portais mais importante de avaliação de GPs em São Paulo. Para minha surpresa no primeiro anúncio eu comecei a receber pedidos e até a semana véspera da viagem eu já estava com 90% da agenda fechada e precisei antecipar um dia da viagem marcada.
Na véspera da viagem eu dormi apenas 5horas devido a tanta ansiedade e apreensão. Por vezes eu pensei se daria conta de toda essa demanda, mesmo assim era algo que eu desejava fazer e engolindo o medo e o nó na garganta parti rumo a São Paulo uma noite antes da temporada, para dormir na casa de um amigo e de lá ir para o hotel para que não houvessem atrasos. Meu primeiro cliente estava marcado para 12h30 de quinta-feira.

Cheguei ao hotel, fiz check in e subi rapidamente para o quarto 114 de onde eu avistava a Catedral Ortodoxa, uma imagem imponente que me trazia lembranças de temporadas passadas quando me hospedava naquele hotel.
Com tempo cronometrado tomei uma ducha e me vesti para meu primeiro cliente. Eu estava um pouco nervoso pelo encontro. Na ocasião eu esperava Henrique, um voyer, cliente assíduo eu já o havia atendido mais de três vezes para transas assistidas; em todos encontros eu me exibia e transava com um parceiro diferente, ora sendo passivo, ora sendo ativo, em nenhuma das vezes Henrique participou, ele apenas nos assistia com ar de excitação. E com o tempo fomos adquirindo afinidades um pelo outro, isso fez com que estreitássemos laços, pois éramos parecidos como pessoas. Neste reencontro, após mais de um ano ficamos combinados que iríamos nos tocar, ele me faria uma massagem e dela poderiam surgir outras coisas.

De banho tomado, trajando bermuda e camiseta preta ele avisou que estava subindo, confesso que ansiedade tomou conta de mim. Foram longos 17 meses sem atender a um único cliente em São Paulo e lá estava eu, na pele de Eduardo White esperando seu primeiro cliente.

Três batidas, respirei fundo e abri a porta sorrindo.

Oi,  tudo bem? Quanto tempo!
Tudo bem, e você? Nos abraçamos!
Como você está? O que tem feito?

Dali trocamos algumas palavras, eu me vi um pouco sem graça.

Comprei pra você! Entregou-me um embrulho bonito “Casa das Cuecas”.
Opa, obrigado! Vou vestir pra você. Disse

Ao tirar o short meu pau já estava dando sinais, estava endurecendo tamanha excitação. Vesti a cueca, era preta com listras e ficou ajustada ao meu corpo. Logo Henrique tirou sua roupa e ficou também só de cueca, a meia luz no quarto eu deitei na cama, coloquei uma máscara para tampar meus olhos e relaxei para que ele me fizesse a massagem combinada.
A cada toque com óleo e creme suas mãos deslizavam cada vez mais gostosas pelas minhas costas. Ele começou massageando-me de bruços, espalhou creme e óleo pelos meus ombros, costas e continuou descendo, brincou com minha bunda e meu pau, que já estava duro, com seus dedos me penetrou e massageou meu cuzinho, seguindo para as pernas e pés.

Agora vira de frente pra mim. Pediu em tom baixo.

Deitado de frente para Henrique, pude sentir suas mãos deslizarem pelo meu corpo, a cada toque o nível de excitação aumentava, massageou meu peito, pau, bolas, pernas e logo deitou-se por cima de mim, me beijando com cuidado. Ali nossos corpos ficaram entrelaçados e não houve penetração, mas uma bela punheta, suas mãos lambuzadas de óleo estimularam meu pau por vários minutos que resultaram numa gozada farta. Foi uma sensação muito gostosa de reencontro e prazer, sobretudo pela barreira transposta ali entre um observador e seu observado, seu objeto de estudo. 

Henrique havia quebrado a barreira que nos separava e saia dali com algo modificado. Pode ser que isso não se repita novamente, mas de qualquer forma foi algo único. Após uma ducha nos despedimos e pouco tempo depois eu receberia outro cliente.

Continua...

O Garoto errado



3 comentários:

  1. Não raro, são as mudanças que mantém as relações. De repente, essa necessidade pode ter florescido nele: a de continuar essa relação...ora observador ora participante, sem ignorar sua essência primeira. Um abraço Eduardo White!

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  2. Pretende voltar quando para Campinas?

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  3. Eduardo, vomo faço pra ter uma massagem com vc?

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