12 de dez. de 2013

IMAGEM DISTORCIDA

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos
E eu tenho mais de mil
Perguntas sem respostas [20 Anos Blues - Elis Regina] 

Eduardo surgiu em um momento de transe, de identidade bagunçada, de perguntas não respondidas, de feridas abertas, de dePRESSÃO...

Quando Eduardo nasceu eu o via como mero personagem para ganhar dinheiro em troca de sexo, de prostituição. Afinal, todo garoto ou garota de programa precisa ter um nome de guerra, ainda mais para aqueles que desejam sair ilesos da profissão. Sem carimbo na carteira de trabalho, sem seguro desemprego, sem FGTS e o mais importante, sem lembranças.

Mas com o tempo Eduardo foi se posicionando e hoje me vejo misturado no que ele representa para muitos. O fato de se criar um outro “eu mesmo“ é que este por sua vez cria expectativas em outras pessoas. E quando o encontro se da ao vivo as impressões se confundem, pois o que imagina-se a “seu” respeito nem sempre é compatível.

Muitos chegam até mim chegam através do meu blog. É engraçado, mas quando comecei escrever eu jamais imaginei que uma pessoa iria se dar ao trabalho de ler  tudo o que escrevo. Embora as pessoas achem que a escrita veio pela minha graduação, eu digo que não. Mesmo depois de formado eu jamais exerci o ofício das letras. A escrita veio pelo simples desejo de por pra fora tudo o que sinto em relação ao que estou vivendo. Escrevendo muito ou escrevendo, pouco eu jamais achei que Eduardo seria detalhadamente observado pelo que meu “eu mesmo” escreve. Eu estava errado...

Tenho passado muito tempo na cia dele, por Eduardo me esqueci dos meus antigos amigos e em parte da família. Em meu quarto a mala de viagem já não fica mais em cima do guarda roupa e sim no chão, nem bem chego em casa e já tenho que arrumar novamente as malas para morar por algumas noites me flats e hotéis.
Sinto-me engolido por tudo o que vem acontecendo, talvez eu saia ileso, talvez com alguns cifrões consideráveis na conta bancaria ou até com bagagem suficiente para escrever um livro, quem sabe depois desse feito vou parodiar um modelo de vida concreta, planto uma árvore e tenho um filho. Mas o que é certo, é que o futuro é sempre incerto, a vida é um imenso emaranhado de acasos, por isso até lá vou seguindo na batida do número de Liza no filme Cabaret.

Money makes the world go around
The world go around
The world go around
Money makes the world go around
It makes the world go 'round.



O garoto errado
garotoprivado@hotmail.com

4 comentários:

  1. I'll buy you a diamond ring my friend if it makes you feel alright
    Cause $ can't buy me love

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  2. Quem sou eu?

    Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial. Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.

    Somos o que gostamos. Somos a nossa comida preferida, os filmes que curtimos os amigos que escolhemos as roupas que vestimos a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam.

    Vamos listar quem somos: você daí e eu daqui.

    Eu sou outono, disparado. E ligeiramente primavera. Estações transitórias.

    Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole.

    Sou coca-cola. Sou salada caprese. Sou camarão à baiana. Sou filé com fritas. Sou morango com sorvete de creme. Sou linguado com molho de limão. Do churrasco, sou o pão com alho.

    Sou livros. Discos. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas.
    Sou azul. Sou cabelo liso. Sou jeans. Sou balaio de saldos. Sou ventilador de teto. Sou avião. Sou jeep. Sou bicicleta. Sou a pé.

    Você está fazendo sua lista?

    Sou tapetes e panos. Sou abajur. Sou banho tinindo. Hidratantes. Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana. Sou mar. Não sou areia. Sou Rio. Porto Alegre. São Paulo.

    Sou mais cama que mesa, mais noite que dia, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais caipirinha que champanhe. Sou cara lavada.

    Quem sou eu?
    Poderia descrever-me fisicamente, falar da minha personalidade, mas para falar a verdade eu não quero. Infelizmente, isso não é importante, por que quem nos define são as pessoas, cada pessoa tem um conceito diferente sobre nós.
    Pergunte ao meu inimigo quem sou e ele me julgaras mal, pergunte ao meu amigo e ele dirá minhas qualidades. Pergunte-me quem sou... e te direi:
    Sou o que você vê... Agora depende dos seus olhos!


    Agora é sua vez.

    Quem é Você?
    Quem é o Eduardo?

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    Respostas
    1. Eu concordo plenamente...Eduardo White é o que lemos e em dados momentos, é o que presenciamos ao estarmos juntos ainda que seja por 1 hora, 2 horas ou 1 dia, 1 semana enfim.

      As expectativas quem as faz, quem as concebe somos nós. Nós é que somos culpados por qualquer decepção, por esperarmos demais de um ser humano, assim como nós também somos. Essas expectativas muitas vezes são fundadas em Carência, em Possessão ou num mal entendido qualquer do Indivíduo BETA ao extremo que por sua vez, se posiciona, se coloca numa situação de submissão, de insegurança e sem atitudes construídas na base da racionalidade. É compreensível que, aos nos depararmos num blog assim, tão bem feito, escrito com fotos perfeitas sintamos algo pelo confeccionador. Entretanto, esse algo a mais, não pode ser confundido e sim, entendido. Entender os passos dados por nós mesmo, é uma bela saída para que não nos coloquemos em uma situação BETA ao extremo. Temos que procurar sermos sadios mentalmente a fim de que, possamos então, construir relacionamentos sólidos, ainda que sejam temporais.

      Bom, acredito que me fiz entender. rs.

      Querido Edu, abraços.


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