parte 2...
Na mesma noite, meu celular toca, mais um cliente
chama, parecia impaciente e de certa forma grosseiro. Como o local era perto de
onde eu estava, resolvi atende-lo. Sua indicação na agenda do meu celular era
intitulada de “Loiro”; Então, confiando no meu sexto sentido o qual às vezes
falha, resolvi arriscar... Sou do tipo de cara que gosta de bater um papo antes
de me aventurar em qualquer transa, mesmo que remunerada. Tenho para mim que
ambas as partes merecem e devem se satisfazer ou no mínimo ter alguma afinidade
que se encontre na cama. Mas todo acerto também tem uma margem de erro.
Chegando ao prédio indicado, apresentei-me na
portaria, com acesso liberado me dirigi ao elevador. Lá estava eu, subindo,
subindo e subindo... Almejando chegar em algum lugar... Porta branca, olho
mágico, campainha, vozes, mãos contraídas uma na outra e finalmente a porta se
abre. Uma figura um tanto estranha abre a porta.
- Poxa, já ia desistir!
- Prazer, Eduardo. Me perdi para achar o prédio. –
Foi o que consegui dizer...
Na sala do apartamento vejo outro rapaz deitado no
tapete com algumas latas de cerveja e então me dou conta de que ambos estão
levemente embriagados.
Rubens me convida para ir ao quarto, trocamos
algumas palavras enquanto nos despíamos, deitei na cama e fiquei a sua espera.
Ele então deitou-se de barriga para cima e me puxou para si, quis me beijar.
Naquele instante ao aproximar nossas bocas senti em seu hálito o gosto de
cerveja e confesso que quis sair logo dali, pois não bebo, apenas socialmente e
não me agrada em nada o sabor de cerveja, assim como sabor de cigarro.
E como uma hierarquia estabelecida, pois eu estava
ali para servi-lo ele mandou:
- Chuva meu pau!
Eu o fiz, mamei-o por alguns minutos, seguindo um
roteiro com beijos pelo corpo, caricias e toques, a fim de contornar o
desconforto que sentia por estar ali. Não que o cara não fosse higiênico, pelo
contrario, o quarto era muito organizado, ele estava de acordo, porém o toque
de embriaguez me incomodou.
De bruços, Rubens passou gel, meteu seu dedo em
minha bunda e deitou-se em cima de mim. E começou meter com voracidade, parecia
algo mecânico e ao mesmo tempo com certa irá. Desejando que ele acabasse e
gozasse logo, soltei meu corpo na cama e relaxei o máximo que pude. Ouvi então
seus gemidos de prazer momentâneo, até que ele soltou seu corpo em cima do meu
por um tempo ali. Foi uma transa rápida porém tensa, sem muito envolvimento.a
Rubens levantou-se e foi ao banheiro. Enquanto
isso, como eu queria ir embora depressa eu me limpei e peguei minhas roupas.
Conversamos um pouco, ele disse-me que curtia tudo e que prazer para ele era
ter o pau em pé, fora isso ele não era dado muito a troca de caricias. Quis
saber se eu teria agenda pra ele todas às segundas-feiras, pois era sua folga e
gostaria de me chamar mais vezes. Eu disse que sim, mas pensei se o atenderia
novamente...
Terminei de me arrumar e ele quis me acompanhar até
a portaria do prédio, o elevador chegou e sem espelhos pude ver um outro
Rubens, sem armaduras, na verdade um cara frágil. Seu companheiro de anos havia
falecido num acidente de carro. Desde então, ele passou a sentir o gosto amargo
de tudo. Mudou-se de apartamento para atenuar as lembranças, recolheu os
porta-retratos espalhados pela sala e quarto e mergulhou de cabeça no trabalho.
O elevador chegou e na portaria do prédio nos despedimos.
No caminho de volta para casa, percebi que criamos
uma casca protetora para enfrentar a vida. É realmente difícil recomeçar quando
não se tem muita vontade; Porém, recomeçar é preciso... As pessoas vem e vão em
nossas vidas, algumas delas nos deixam muitas saudades, mas creio que sempre há
um plano maior do que almejamos, mas isso só se descobre seguindo em frente.
Ao chegar em casa recebi um sms de Rubens, dizendo
que havia gostado muito e perguntando se eu havia chegado bem... Algo que
confesso não ter esperado, afinal sua armadura parecia instransponível... Vejo
que me enganei...
O garoto errado
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