28 de set. de 2013

OCEANO AZUL - parte 3

Agora o braço não é mais o braço erguido num grito de gol. Agora o braço é uma linha, um traço, um rastro espelhado e brilhante. E todas as figuras são assim: desenhos de luz, agrupamentos de pontos, de partículas, um quadro de impulsos, um processamento de sinais. E assim - dizem - recontam a vida. Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam os ossos em fios luminosos e aí estou pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo. Um rascunho, uma forma nebulosa feita de luz e sombra como uma estrela. Agora eu sou uma estrela. [Texto publicado na contracapa de "Trem Azul", Elis Regina]


Ao abrir a porta tive uma surpresa irresistível com o cliente do 1751, um menino que definitivamente não precisaria pagar por sexo, dono de um rosto lindo com estilo de playboy Felipe tinha um sorriso perfeito, dentes alinhados, brancos, barba bem aparada, cadelos cacheados, ruivos claros e pele branca. Seu corpo era normal com uma leve barriguinha, mas nada que tirasse seu encanto, pelo contrário, parecia excesso de gostosura, biotipo parrudinho. Ao entrar no quarto me apresentar e notei que Felipe  tremia muito, logo tentei tranquiliza-lo.

Nossa cara, eu to tremendo, nunca fiz isso.

Relaxa, eu não mordo. 

Que loucura fazer isso. Quando eu pedi para subir eu já fiquei apreensivo.

Vem aqui, da um abraço. Calma, sem pressa. Abracei-o e pude sentir seu perfume e seu corpo quente. 
Você nunca esteve com outro cara?

Já estive sim, só que foi muito ruim, depois disso nunca mais. Eu nunca estive com garoto de programa.
Com Felipe em meus braços comecei a beija-lo e leva-lo para cama. Em poucos segundos ele estava entregue aquele momento. Nos beijamos por muitos minutos um sentindo a temperatura do outro, decidi não tirar a roupa dele até que ele se mostrasse mais calmo e parasse de tremar, enquanto isso eu ia curtindo o momento, beijando sua boca, seu pescoço, afagando seus cabelos, tocando seu rosto. Ele por sua vez fez o mesmo, até que se sentiu a vontade.

Levantei-me de cima dele de comecei a desabotoar os botões de sua camisa e passar minha mão por sei peito e sua pele, sorrimos um para o outro. Sem pressa tirei seu jeans, beijei suas pernas suavemente, isso o deixou mais excitado, aproveitei e fiquei só de cueca e voltei para cima do garoto. Rolamos pela cama, um beijando o corpo do outro até que o coloquei para fazer um 69 gostoso, podia vê-lo chupando meu pau com muito cuidado, engolindo todo ele devagar, beijando minhas pernas, era irresistível não fazer o mesmo nele, ao contrário de mim ele tinha pernas lisas. Coloquei-o de bruços na cama, e cai de boca em seu cuzinho rosado, com cuidado lambi e beijei muito sua bunda.

Sem querer parecer presunçoso por ser bom em cunete, pois creio que há outros caras que fazem tão bem quanto eu, mas eu notei que esse prazer Felipe ainda não havia experimentado, fato que me deixou com mais tesão de molhar a linguá e socar em seu cuzinho semi virgem e com a mão fechada dei alguns tapas em sua bunda branquinha enquanto ele estava entregue sufocando seus gemidos no travesseiro. Tranquilizei-o dizendo que iria passar gel em seu cuzinho e penetrar devagar, ele consentiu. 

Depois de prepara-lo encampei meu pau, coloquei mais gel na ponta e fiquei brincando na portinha, metendo só a cabeça e tirando, isso dava muito tesão e a cada metida eu deixa passar mais um pouco...Ahhh, mais um pouco... Ahhhhh, mais um pouco...Ahhhhhhhh... Até que entrou tudo, então soltei meu corpo sobre o corpo de Felipe para que ele se acostumasse. Depois de alguns segundos comecei a meter devagar e quando senti ele já confiante bombei gostoso no rapaz.

Nossa, que delícia cara, como é bom! Dizia ele

Experimentamos de quatro e  também deixei que ele cavalgasse em cima de mim. Depois de come-lo bastante ficamos abraçados nos beijando e nos acariciando. Ele tentou ser ativo comigo também, mas acabou não rolando por que seu pau ficou meia bomba, além de ser pequeno. Entretanto isso não atrapalhou em nada nossa trama na cama, foi bom do começo ao fim. Felipe estava de passagem por São Paulo ele iria fazer check out na manhã de domingo, pois mora em Presidente Prudente. Com a certeza de que provavelmente não o verei mais nessa vida nos despedimos tomando banho juntos, com mais beijos e afagos, sai de seu quarto ás 4h30 da manhã.

O relógio despertou 10h30, mesmo com sono passei uma água no rosto, vesti uma roupa qualquer e fui tomar café. Tritani havia acordado bem mais cedo do que eu e já não estava no hotel. No restaurante ainda sonolento da madrugada fiz minha refeição de forma tranquila e voltei para o quarto, pensei e me deitar, mas uma vez em pé seria difícil dormir, fui então para o note para conferir meu e-mails curiosamente sempre havia uma novidade na caixa de entrada, essa de fato estava sendo minha melhor temporada em São Paulo, pois muitas pessoas sabiam de minha estadia na capital e escreviam com objetivo de marcar algo. Enquanto estava entretido com as mensagem Tritani chegou e disse que iria se deitar um pouco.

Hey, antes que você durma deixa eu ler um e-mail para você. Disse.

Olá Eduardo. Acabei de ver na net que esta em São Paulo até amanhã. O que me chamou a atenção é que o Tritani também esta, por acaso vocês tem alguma parceria, quero dizer, atendem juntos caso seja combinado? Se existir essa possibilidade, ainda para hoje, por favor me informe as condições, eu sou exclusivamente passivo.
Obrigado, Carlos. 

Opa, responde a ele que sim e tentar marcar algo.

Claro, farei isso já. Pode descansar aqui que fechando eu te aviso.

Respondi ao e-mail de Carlos e lhe passei meu número, instantes depois ele ligou e marcamos um programa em dupla para 14h, ou seja, instantes depois.

Tritani, acorda, teremos cliente ás 14h, fechei com o cara!

Legal, que horas são agora?

13h, vou para o banho saindo te chamo, precisamos deixar tudo em ordem. 

Tudo pronto, o relógio marcava 14h05, quarto arrumado, boys de banho tomado e perfumado, gel e camisinhas a postos. Tritani de cueca boxer branca olhava a rua Consolação pela janela, já eu estava deitado de cueca cavada na cor preta zapiando no celular.

Que horas o cara marcou?

14h, logo deve chegar.

Alguns minutos mais Carlos liga avisando que havia chegado, lhe passei o número do quarto e ficamos a sua espera. Ao abrir a porta me deparo com um homem maduro, cabelos grisalhos, alto, rosto expressivo e voz forte, do tipo metálica com dicção perfeita.

Prazer, Eduardo!

Prazer, Tritani!

Carlos, fica a vontade você quer uma água, um suco?

Não, obrigado, eu trouxe água também. Respondeu com sua voz forte, mas com semblante de quem estava nervoso com a situação. Ele transpirava e tremia levemente. Pedimos que ele sentasse na cama, liguei o ar condicionado e sentei-me ao seu lado, enquanto Tritani já partiu para a linha putão, ficou em pé próximo ao cliente que se sentia mais intimidado ainda.  Era um desconforto complicado mas deveríamos jogar com isso, afinal eu e Tritani temos estilos totalmente opostos o que de fato não era ruim, mas seria preciso alguns minutos até que nossas frequências se alinhassem juntamente com a frequência de Carlos.

Você ta bem tenso cara, respira, relaxa... Disse o mais manso que pude.

To tentando. Eu já sai com boys, é que com dois é a primeira vez e eu queria muito conhecer vocês.

Isso é legal, veio só por causa da gente. Vou te fazer uma massagem então, assim você vai aliviando a tensão.

Isso Eduardo, deixa ele bem relaxado.

Tirei a camisa de Carlos e comecei massageando seus ombros, escapulas e cabeça, ele por sua vez começou apalpar o volume de Tritani que aumentava dentro da cueca, até que não aguentou e caiu de boca na rola do rapaz. Depois de muito mamar Tritani sentou-se na cama para que Carlos ficasse de quatro mamando seu pau grosso e deixasse a bunda livre para mim. Carlos parecia militar aposentado, pois era um homem maduro com bom porte físico  pernas grossas, peitoral largo, bunda grande e redonda, seu cu estava rosado e bem cuidado, não pude me segurar e cai de boca. Ele gemia com minha linguá em seu rabão e com o pau de Tritani em sua boca. Já Tritani que não pratica beijo grego pode ver um ao vivo, creio que pela primeira vez.

Ta sentindo a linguá do Eduardo em seu cu? Olha como ele chupa, que gostoso... Disse

Depois de muita pegação comecei penetrando Carlos na posição de frango assado enquanto ele continuou chupando Tritani que estava em pé a beira da cama colocando seu pau na boca do cliente. A partir dai revezamos a bunda daquele passivo insaciável  comemos ele de frango, de quatro e de lado por cerca de 1hora. Exaustos da meteção nos jogamos na cama e engatamos num papo muito bom sobre a temporada e sobre viagens. Carlos então foi para a ducha e logo foi embora com a promessa de que nos visitaríamos em nossas cidades. Dessa vez que irá querer fodas solo com cada um.

Assim que me vi liberado corri para o banho pois havia marcado com Maurício ás 17h em seu apartamento próximo a Consolação, na transa ele pediu que eu o fistasse novamente e assim o fiz, brincamos muito tempo nessa novidade que era o fisting para ele e depois metemos gostoso. Sem nada marcado ele perguntou se eu tinha tempo e me deu um chocolate. O momento acabou sendo oportuno pois Tritani enviou em sms avisando que estava com cliente no quarto ou seja, eu tinha pelo menos 1hora livre.

Você já comeu chocolate tomando café? Perguntei

Sim, é muito bom.

Você faria um café pra gente? Assim tomo com meu chocolate. Sugeri

Claro! Vamos para cozinha.

Enquanto ele passava café em uma pequena chaleira nós conversamos sobre algo que não me lembro, até que reparei entre os imã da geladeira duas fotos de Elis Regina.

Você curte Elis também? Perguntei entusiasmado

Adoro ela!

Eu também cara! Já li Furação Elis, show de bola e soube que foi reeditado.

Sim, é verdade, tem depoimentos novos.

Eu também fui a exposição sobre Elis no Centro Cultural SP.

Puxa, eu não fui...

Mauricio, você perdeu cara, estava muito legal...

A partir dai engatamos num papo sobre Elis e algumas histórias. Conheci a obra de Elis Regina por um trabalho na faculdade que fiz sobre MBP e Tropicalismo na época da ditadura e foi amor a primeira vista. Não conheço toda obra dela, mas a identificação com a personalidade de Elis foi grande e ainda é. Da cozinha nossa conversa migrou para sala com alguns dvds com entrevista de Elis, até que meu celular tocou. Perguntei a Nunes se podia atender e ele disse para eu ficar a vontade.

Alô, é o Eduardo?

Sim, é ele.

Oi, você ta livre agora? Estou tentando ligar faz algum tempo.

Estou, mas nem percebi que haviam ligações perdidas.

Estou aqui no Ibis Consolação. Você pode vir para cá?

Meu coração disparou. Como assim o cara já estava lá? Bem, antes de surtar eu respirei fundo e disse que me encontrava a 20 minutos do hotel e perguntei se ele poderia me esperar e uma vez recebendo a afirmativa do cliente eu tive que me despedir de Nunes e de Elis e bater meu cartão para o próximo cliente.
Caminhei rápido até o hotel e no saguão encontrei Humberto, um coroa baixinho, gordo e boa praça ou seja simpático.  Me desculpei pelo transtorno e fui direto ao ponto.

Humberto, estou hospedado aqui no Ibis com um amigo, viemos para essa temporada juntos e estamos dividindo o quarto por conta dos custos. Neste momento ele esta usando o quarto e por isso eu estava dando uma volta. Você quer ir para outro lugar? Ta com tempo? Quer sair para tomarmos um suco ou um café? 

Muito simpático ele disse que poderíamos esperar por ali mesmo e conversar. Até cogitou em pedir um quarto no próprio Ibis mas eu o alertei que era muito caro, pois iriam cobrar a diária toda. Fomos então para o restaurante nos sentamos e ficamos conversando enquanto eu monitorava o relógio.

Eu soube que você estava em SP e quis vir te conhecer. Disse Humberto com fala mansa

Sério? Obrigado.

Eu acompanho seu blog. Você  escreve muito bem garoto. Tem um texto que envolve é educado tem um perfil diferenciado de alguns garotos.

A medida que Humberto falava e tecia elogios a minha postura eu me sentia encabulado e sem graça. Não vou ser hipócrita em dizer que não gosto de receber elogios, óbvio que gosto, isso alimenta a vontade de fazer meu trabalho bem feito. Mas a medida que os elogios crescem as expectativas das pessoas ao meu redor também crescem, a cobrança cresce e se caso eu não corresponda a tal imagem que fazem de mim é como um balde de água fria. Sou um ser humano passível de erro, tenho em meu corpo a ferramenta do meu trabalho e de certo modo estava cansado da maratona toda em SP.

Os minutos passavam mas Humberto em momento nenhum me apressou, falou da rede Ibis que foi uma boa escolha e sugeriu que na próxima temporada eu fizesse sozinho e no Ibis Paraíso, assim eu poderia fazer um clientela diferenciada, pois eu tinha bagagem para isso. Será? Eu pensava com meus botões, mas anotei a sugestão na caixola. Papo vai papo vem já havia se passado 1hora pedi licença e liguei para Tritani, que avisou estar liberado o quarto.
Pedi para que Humberto aguardasse no restaurante enquanto eu iria a recepção buscar uma toalha e sabonete extra para ele para que subimos para o quarto. Humberto não era do tipo coroa tesudo, porém nem sempre o que se vê na embalagem de fora mostra o que há por dentro. Devido a nossa conversa com pouco mais de uma hora pudemos nos conhecer um pouco e a simpatia abrandou qualquer abismo que me impedisse de ter um bloqueio sexual com ele. Eu felizmente não havia gozado com Mauricio então estava pronto para dar conta do recado e assim transcorreu tudo bem. 

Na transa houve carícias de ambas as partes, a preferencia de Humberto era ser ativo, porém ele aprendeu a ter prazer como passivo pois já não tinha uma ereção 100% , por esse motivo variava suas transas. Na ocasião eu fui ativo e o fiz com muito cuidado, foi prazeroso e afirmo uma coisa: Ele soube aproveitar sua 1h30 muito bem, no final de sua segunda gozada ganhei uma massagem japonesa que Humberto aprendeu com uma antiga namorada.

Depois de uma ducha levei Humberto até a porta e antes de sair do quarto ele disse-me: 
Garoto, pense em tudo que falamos. Você tem estrela...

Com aquela frase na cabeça eu me vi exausto, queria apenas um banho, lençóis limpos e uma refeição decente para então dormir. Antes de mandar SMS avisando Tritani que o quarto estava liberado eu agilizei tudo, tomei uma ducha, vesti uma roupa confortável, desci até a recepção e pedi um kit com travesseiro e lençós limpos para organizar tudo no quarto. Depois de tudo pronto Tritani subiu, eu disse que iria pedir um Cup Noodles, para comer e ele também aproveitou o embalo, antes que eu descesse meu celular toca.

Eduardo?
Sim...
É o Pedro, tudo bem?
Tranquilo cara.
Você ta livre agora?
Sim...
Beleza, vou só tentar confirmar algo e te ligo.
OK.

Cara, eu estava jurando que esse Coroa que saiu iria ser meu último cliente da temporada mas eu to achando que não. Bom, enquanto ele vai decidir eu vou comprar algo para comer. São 5$ reais, qual sabor de Cup Noodles você vai querer?

Ah Edu, traz qualquer um. Disse Tritani

Eu não, vai que você não gosta de algum sabor e por azar eu pegue ele. Eu levo meu celular e te ligo da recepção falando o que tem lá. Celular toca novamente.

Edu?
Oi, quem é?
É o Augusto, Guto de SP. E ai, vai fazer o que agora?
To livre cara.
Ta de pé aquele nosso esquema?

Guto é um executivo de São José dos Campos que havia sido transferido para São Paulo, já havíamos saído uma vez e foi muito bom. Sua característica maior era ser um baladeiro nato, desses que emenda a sexta no sábado, o sábado no domingo e o domingo na segunda. Sua balada predileta é a The Week,  tanto que virou personalidade e não paga mais entrada, pois consome muito bem no bar.  Guto queria por que queria me levar em alguma balada em São Paulo, dançar dar um giro e depois trepar. Quando falei da minha temporada ele disse que me ligaria no domingo, mas eu não havia botado fé. Contudo eu disse que se ligasse eu o acompanhava, mas pulava a The Week, não sei por que, mas não curto a balada e nem ao menos a conheço, talvez um dia...

Ta de pé sim fera. Mas o que você quer fazer? Perguntei já prevendo um programa de longa duração.

Não sei, to saindo da The Week agora e to em dúvida se vou para outra balada ou para sauna... OU para balada de novo e depois sauna. Você me acompanharia?

Sim, amanhã já vou embora mesmo. Sauna é bom por que relaxa. 

Beleza, te ligo daqui a pouco.

Bom, vou descer e pedir logo nossos Cup Noodles por que talvez eu tenha um programa saidera. 

Desci na recepção conferi os sabores disponíveis e liguei para Tritani, ambos escolhemos o sabor picanha. Depois de cinco minutos eu subi para o quarto levando nossos jantares, com a barriga roncando estava prestes a dar a primeira garfada e sou interrompido pelo celular.

Alô.

É o Guto, já estou aqui em baixo, desce!

Caraca!! Você já ta no hotel? Peraí que em dez minutos eu desço, vou trocar de roupa. Desliguei.

Puta que pariu!!! Não vai dar tempo nem de comer.

O cliente já ta ai?

Já cara... Que merda, ele disse que ia ligar e não vir direto. Bom, faz parte... Ele saiu de uma balada e quer ir em outra ainda e depois sauna, acredita?

Eduardo, deixa de ser chato e rabugento, só por que você não curte balada! Repreendeu Tritani.

Eu gosto cara! Mas to cansado e se for uma dessas baladas que só da cheirado, bombado e seletivo, desses que te medem pelo que veste e ostenta. Não curto ambiente assim. 

Agilizei o máximo que pude na troca de roupa, quando estou colocando os sapato o celular toca novamente.

Eduardo?
Sim...
É o Pedro, podemos marcar algo para agora?
Xii cara, não vai dar, um outro cliente acabou de me ligar e estou me arrumando para me encontrar com ele.
Jura? Tudo bem, eu demorei para te ligar também...
Desculpa cara, mas como você não tinha confirmado e ele me ligou eu fechei com ele.
Ok, se rolar te ligo mais tarde, lá pelas 2h, pode ser?
Pode, estarei acordado. Confesso que nem eu sabia mais o que estava dizendo...

Me despedi de Tritani dizendo que voltava pela manhã, peguei o elevador e desci. A noite de domingo estava chuvosa, mas São Paulo não parava, de forma alguma e como um organismo inserido naquele corpo urbano meu coração pulsava. Diante da portaria do hotel o carro de Guto estava parado, era um Hyundai preto com vidros escuros. Entrei e partimos... Naquela noite o céu não me fazia companhia, não havia estrelas a vista, a única estrela presente era minha que foi avistada num quarto de hotel por um cliente.

CONTINUA...

O garoto errado

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