Quando eu era moleque eu
tinha um ar melancólico sobre as coisas que me cercavam. Vestia roupas de cor
preta ou tons fechados, ouvia Legião Urbana ( não era fanático) , parecia que
eu não me encaixava em nada, talvez por ter uma sexualidade diferente e desde
de cedo gostar de meninos, mas fingia curtir as meninas, sem contar no quesito aparência,
magro e muito branco, me sentia horrível, pois não era atraente em nada, alias adolescência
é a etapa onde a maioria das pessoas se sente assim . O tempo passou, eu
amadureci comecei a trabalhar muito cedo, praticamente com 16 anos, período em
que enfiei a cabeça nos estudos e logo me vi adulto, com apartamento,
universidade e contas para pagar, contas e mais contas.
Mesmo com um período difícil
por ter que assumir muitas coisas tão cedo, uma energia nova tomou conta de
mim; Realizei grandes projetos, conheci muitas pessoas, lugares, me envolvi
também com muitas pessoas e claro, quebrar a cara sempre fez parte do meu roteiro,
mas para isso eu tinha filosofia... a filosofia do trator (algo que eu mesmo
criei)... “Não deu certo? Passa por cima e esmaga!”
Nessa época eu tinha dificuldade
para me expressar verbalmente sobre meus sentimentos, por isso eu anotava meus
desabafos, meus pensamentos em um caderno, assim como meus objetivos e
sensações para o futuro, numa das folhas eu escrevi...
É SEMPRE BOM MANTER A
SENSAÇÃO DE QUE ALGO EXTRAORDINÁRIO VAI ACONTECER...
E o moleque que buscava
sua independência precocemente tornou-se um homem, adquiri consciência das
coisas dando murros em ponta de faca, tive muitas alegrias, grandes descobertas
e de fato muitas coisas aconteceram... Mas hoje com Eduardo tomando conta de
mim parece que uma parte se quebrou, me desligo de tudo que me cerca. A
sensação que tenho ultimamente é de game over, a mesma sensação daquele moleque
que vestia preto, era nostálgico e sentia-se fora dos padrões por não se encaixar
em nenhum grupo.
Ainda não sei o rumo que
tomar, a todo instante esbarro em pessoas, muitas delas enganam a si próprias e
ao mesmo tempo tentam nos iludir, me iludir... E para que?
Ta, tudo bem que todos
nós temos nossas fases utópicas em que o mundo parece caber na palma da nossa
mão, ai um dia a gente cresce e começa a ver que tudo é grande demais, há
pessoas demais, há caos demais, há mentiras e hipocrisia demais...
O que fazer? Para onde
ir?
Ainda não sei, só sei que
as vezes os pensamentos param, ou entopem minhas veias de fluxos e apenas
V.E.G.E.T.O... num simples acordar e dormir, embora eu queira mudar isso de
alguma forma.
Eduardo, será que algo
extraordinário ainda vai acontecer?
Não sei... realmente não
sei...
O garoto errado
Parece eu pensandoooo... Mandou bem mulekee... Abrssss
ResponderExcluirEuu