14 de jun. de 2013

DARK SIDE

Quando eu era moleque eu tinha um ar melancólico sobre as coisas que me cercavam. Vestia roupas de cor preta ou tons fechados, ouvia Legião Urbana ( não era fanático) , parecia que eu não me encaixava em nada, talvez por ter uma sexualidade diferente e desde de cedo gostar de meninos, mas fingia curtir as meninas, sem contar no quesito aparência, magro e muito branco, me sentia horrível, pois não era atraente em nada, alias adolescência é a etapa onde a maioria das pessoas se sente assim . O tempo passou, eu amadureci comecei a trabalhar muito cedo, praticamente com 16 anos, período em que enfiei a cabeça nos estudos e logo me vi adulto, com apartamento, universidade e contas para pagar, contas e mais contas.
Mesmo com um período difícil por ter que assumir muitas coisas tão cedo, uma energia nova tomou conta de mim; Realizei grandes projetos, conheci muitas pessoas, lugares, me envolvi também com muitas pessoas e claro, quebrar a cara sempre fez parte do meu roteiro, mas para isso eu tinha filosofia... a filosofia do trator (algo que eu mesmo criei)... “Não deu certo? Passa por cima e esmaga!”
Nessa época eu tinha dificuldade para me expressar verbalmente sobre meus sentimentos, por isso eu anotava meus desabafos, meus pensamentos em um caderno, assim como meus objetivos e sensações para o futuro, numa das folhas eu escrevi...
É SEMPRE BOM MANTER A SENSAÇÃO DE QUE ALGO EXTRAORDINÁRIO VAI ACONTECER...
E o moleque que buscava sua independência precocemente tornou-se um homem, adquiri consciência das coisas dando murros em ponta de faca, tive muitas alegrias, grandes descobertas e de fato muitas coisas aconteceram... Mas hoje com Eduardo tomando conta de mim parece que uma parte se quebrou, me desligo de tudo que me cerca. A sensação que tenho ultimamente é de game over, a mesma sensação daquele moleque que vestia preto, era nostálgico e sentia-se fora dos padrões por não se encaixar em nenhum grupo.
Ainda não sei o rumo que tomar, a todo instante esbarro em pessoas, muitas delas enganam a si próprias e ao mesmo tempo tentam nos iludir, me iludir... E para que?
Ta, tudo bem que todos nós temos nossas fases utópicas em que o mundo parece caber na palma da nossa mão, ai um dia a gente cresce e começa a ver que tudo é grande demais, há pessoas demais, há caos demais, há mentiras e hipocrisia demais...

O que fazer? Para onde ir?
Ainda não sei, só sei que as vezes os pensamentos param, ou entopem minhas veias de fluxos e apenas V.E.G.E.T.O... num simples acordar e dormir, embora eu queira mudar isso de alguma forma.

Eduardo, será que algo extraordinário ainda vai acontecer?

Não sei... realmente não sei...

O garoto errado


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