As vésperas de mais uma temporada em SP, eis que a
inspiração com trilha musical de tangos me rouba o sono para fantasiar uma
história de forma metafórica sobre o que poderá se tornar minha viagem a
capital. Espero que gostem, pois nos dias a seguir pretendo relatar meus
programas como uma expedição do Cavaleiro sem cabeça na capital, um reino
distante.
Diante de tantas realidades gratas e ingratas, eis meu
primeiro conto de literatura fantástica [Eduardo White]
Na capital haviam muitos Cavaleiros que viviam do aluguel de
seus corpos esbeltos e rostos esculpidos. Conta-se que esses Cavaleiros vindos
de feudos distantes aportavam nas proximidades dos castelos, onde senhores pagavam
por momentos furtivos de prazer e sexo; E nas camas de seus cônjuges bebiam da
juventude dos jovens Cavaleiros. Entretanto, com o passar do tempo, os senhores
passaram a desejar novos Cavalheiros, novos frescores e ocorreu uma quebra de
protocolo. O reino então passou a converter os filhos de humildes camponeses
também em Cavaleiros, porém muitos não mostravam resistência e porte, e o pior suas
cabeças eram escondidas, ficaram então conhecidos como, os Cavaleiros sem
cabeça e passaram a aventura-se pelo reino e suas selvas de pedras, com seus
corpos em rostos distorcidos.
Rostos distorcidos? Perguntou o Mercador do reino
E o caos se instaurou entre os senhores.
Muitos Cavaleiros sem cabeça passaram habitar o reino e com
algum êxito sobressaiam-se entre as camas e lençóis de seus senhores. No
entanto houve uma conspiração e denúncias contra “os sem cabeça” diziam que eles
extorquiam seus senhores ameaçando seus títulos e cargos, que não beijavam a
rigor ou que não apresentavam-se como cavalos machos para o cruzamento. Do
outro lado os sem cabeça desdenhavam dizendo:
Isso é à COMBINAR! Refém da preguiça é o senhor que não
nos perguntar!
E quando tudo estava convertido em caos eis que surge mais um
Cavaleiro sem cabeça; porém esse vinha de longe, era desconhecido. Nunca ouviu-se falar sobre ele em todo reino.
Dele só sabiam o nome, de seu rosto supunha-se somente a barba e nada mais, o
que viam era somente seu corpo, nem pequeno e nem grande, mas em proporção sedutora
por formas definidas e discretas e de seus pensamentos apenas sabiam palavras
que pouco definam sua personalidade, contudo dentro ele havia uma alma inquieta.
Diziam que ele não tinha cabeça por não ter o que pensar;
Diziam que ele não tinha cabeça por não ter um rosto
expressivo;
Diziam que ele não tinha cabeça por não sentir emoção;
O anúncio de sua vinda passou a atormentar o reino. E naquele
mundo de cabeças, rostos e narizes esnobes era possível ver algo sem vida, corpos
que conduzia sobre o pescoço um adorno com olhos e buracos por onde se
respirava, se bebia e se comia. Cabeças que pensavam e estabeleciam regras a
serem aceitas pela sociedade. Cabeças que definiam classes A, B, C e D. Cabeças
que criavam leis, estatutos e punições.
Então, em carta aberta o Mercador disse a todos senhores:
Um cavaleiro sem cabeça é um ser sem sombra, sem persona. Um cavaleiro sem cabeça se assemelhava a um corpo sem
vida!
Entretanto alguns ousaram dizer.
Oh, mas ele lembra Davi!
Enquanto outros rebatiam.
Mas até Davi que é uma estátua ostenta uma cabeça!
Não vamos
tolerar!
Exigimos uma cabeça já! Exigimos uma cabeça agora!
Exigimos ou não pagamos!
Exigimos uma cabeça!
Decretamos ODE AO CAVALEIRO SEM CABEÇA!
E mesmo indo contra as falas dos senhores do reino o
Cavaleiro sem cabeça partiu para mais uma jornada. Desbravar a selva de pedras.
Ele terá uma breve passagem... A vinda do
último Cavaleiro sem cabeça foi anunciada...
O garoto
errado
garotoprivado@hotmail.com
Muito bom Eduardo ,sucesso vc é incrivel .
ResponderExcluirVC É SIMPLESMEMTE UM GENIO "FANTASTICO" ! MANDOU BEM! BEIJOS EU SOU SEU FÃ N°1. ROBSON INT SP
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