Conheço todo mundo e não conheço ninguém, todo mundo me conhece e ninguém sabe como sou.
Prometeu que não iria chorar, mas chorou, arrumou as malas
com poucas roupas e objetos. Na mochila colocou seu notebook, da estante,
retirou uma máscara de teatro grego, um porta-retrato, alguns livros, entre
eles “A Hora da Estrela” de Clarice Linspector. Na Em fundo falso de uma
gaveta, pegou uma pequena chave, abriu uma caixa de madeira, retirou uma
quantia em dinheiro das econômicas guardadas e partiu.
Caminhou em direção ao ponto carregando uma pequena mala na mão e uma mochila nas costas, no ônibus, sentou-se e durante o trajeto chorou. Chegou a rodoviária, no guichê comprou uma passagem com destino ainda incerto. Com a cabeça encostada na janela, observou as mudanças de paisagens... Casas, ruas, estradas, morros, fábricas, pastagens... a cada quilometro percorrido, tinha certeza de que não regressaria mais...acalmou-se e dormiu longamente.
Caminhou em direção ao ponto carregando uma pequena mala na mão e uma mochila nas costas, no ônibus, sentou-se e durante o trajeto chorou. Chegou a rodoviária, no guichê comprou uma passagem com destino ainda incerto. Com a cabeça encostada na janela, observou as mudanças de paisagens... Casas, ruas, estradas, morros, fábricas, pastagens... a cada quilometro percorrido, tinha certeza de que não regressaria mais...acalmou-se e dormiu longamente.
Um hora depois...
Assustado acordou, a imagem ainda turva apresentou prédios,
caminhões, letreiros, carros, e um largo rio que cortava a rodovia. Esfregou os
olhos e acertou a postura no banco. O ônibus parou... Limpou o rosto,
fragilizado, levantou-se com os demais passageiros, pegou sua mala e mochila e
desceu... Nenhum pensamento lhe ocorreu, desceu o primeiro, segundo e terceiro
degrau... Bem vindo a São Paulo, foi a primeira coisa que pensou.
Passos lentos... Os olhos percorriam cada extensão, lojas,
pessoas, sonoridades, aromas... Tudo estava ali, organizado dentro de um caos.
Subiu as escadas rolantes e deparou-se com mais lojas, restaurantes, pessoas de
diversas origens, altas, baixas, negras, brancas, gordas, magras, crianças,
adultos... Sentiu uma imensa necessidade de se integrar aquele lugar, não sabia
como, mas havia encontrado uma sensação que o impulsionava a caminhar para
frente, para o mundo que ali se mostrava novo.
A cada passo dado, sua imagem confundia-se com a imagem das
demais pessoas, sua mala e mochila multiplicara-se, suas roupas fundiam-se...
Então, num simples plano de câmera, desapareceu, sem destino, sem referências,
era apenas mais um, ainda sem idade, sem nome, sem sexo, sem história, como uma
folha em branco, onde se é possível escrever, mas no seu caso, era possível
reescrever...
continua...
Olá Edu! Bonito texto. Sensível e que me tocou profundamente. Espero ansiosamente pela continuação. Mudando de assunto, que danadinho você, hein!? Veio à capital de surpresa sem nos avisar. Alguém especial? Estou com uma pontinha de ciúme, rsrsrs. Um Feliz Ano Novo para você e que você realize todos os seus desejos em 2014. Um abração!
ResponderExcluirHá um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
ResponderExcluirDaqui a alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras.
Acho que estive neste dia... Alias nesta primeira noite, ou final de semana.. o do bruno... Seu olhar representava amor pasmo por si mesmo, por chegar, luxuriar e gostar. Como um mergulho de um alto de uma pedra, num mar onde não se pode ver o fundo. Gostar de si mesmo por isto foi sua maior surpresa e por isto você é cada vez mais desejado, por tanto assim... amar-se.
ResponderExcluirE assim Eduardo e "?????", estão enfeitiçados um pelo outro.
Eduardo, como escreve bem, hein? Quantos relatos sobre vc, quantas avaliações, notas, etc. Quantas coisas boas dizem a seu respeito, mostrando o quão é bem conceituado por todos os seus clientes. Mas eu que não sou seu cliente, gostaria de lhe dar uma nota. Não vou elogiar seu corpo malhado, suas pernas peludas ou seus pés...Quero elogiar sua sensibilidade. Sua excentricidade, por isso ganha 10 não pelo prazer que oferece aos outros ou pelo corpo sarado, vai 10 pela sensibilidade que me passou e pelo cérebro malhado. Me fez querer cuidar de você tudo que li. Abraços.
ResponderExcluirInteressante como existem pessoas e pessoas.
ResponderExcluirPessoas com a capacidade de simplesmente Sair. Pessoas com a capacidade de simplesmente Ficar. Aqui, não cabe dizer qual das capacidades e´a mais relevante, a mais eficaz. Acredito que a relevância esta na capacidade de enxergar possibilidades, seja no sair ou no ficar.
Embora o ficar, demonstre perseverança, ele também demonstra tempos dificeis. Tempos de enfrentamentos, de afirmação de raiz, de local.
O sair, demonstra vontade de mudar, e a incerteza se os tempos serão dificeis ou amenos sendo que, isso dependerá muito do jogo de cintura de quem se propôs a fazê-lo.
Acredito que o principal aí é o seguinte: VIM PARA FAZER OU DAR O MELHOR DE MIM, ASSIM EU CHEGO! ASSIM EU PERMANECEREI!
Abraços querido Edu.
olá Eduardo
ResponderExcluirestou sentido falta de suas postagens