15 de abr. de 2013

ADORÁVEL MUNDO NOVO


É um estranho desejo, desejar o poder e perder a liberdade. [Francis Bacon]

Em São Paulo...

Passei a catraca do metrô Clinicas e mandei um sms para Frederico.

JÁ ESTOU AQUI NA CATRACA DO METRÔ.

Instantes depois o celular toca. É Frederico pedindo para eu ficar do lado de fora da estação, pois ele viria ao meu encontro para irmos para seu apartamento. Tudo correu de forma tranquila, nos encontramos e fomos conversando sobre o bairro. Frederico mostrou-se simpático e procurava me deixar á vontade. Chegamos ao seu prédio e subimos para o apartamento. Na parede muitas fotos que revelam seu gosto pela fotografia, entre elas a da torre Eiffel.

Quer tomar algo? Perguntou.
Aceito um copo de água.

Ficamos alguns instantes na sala e Frederico mostrou-se acanhado com a situação, era sua primeira vez em tudo. Ele nunca tinha estado tão próximo a outro cara para uma transa. Me aproximei dele e o abracei, ficamos nos beijando por minutos em pé. Seu perfume era delicioso cheirava uma mistura de mato molhado e de forma muito suave.

Logo fomos para o quarto e a meia luz ficamos entrelaçados na cama, eu queria que Frederico se sentisse relaxado. Nos acariciamos e beijei todo seu corpo até que ele ficasse de bruços. Então, lambuzei meu pau e a bunda dele com gel e me deitei por cima do seu corpo, fiquei um bom tempo esfregando meu pau duro em sua bunda, escorregando ele para cima e para baixo. Isso o deixou com muito tesão; eu ouvia seus gemidos abafados no travesseiro e conforme eu esfregava meu pau entre suas nádegas, Frederico aos poucos se soltava e abria mais as pernas como se pedisse para eu meter.

Encapei meu pau e aos poucos fui metendo, mas era nesse instante que Frederico ficava tenso e consequentemente a musculatura do seu ânus se fechava não havendo maneira de penetra-lo, a menos que eu forçasse. Certamente parece engraçado ou patético, mas o fato é que a primeira vez de um cara nem sempre é confortável. Se eu forçasse a penetração ele iria sentir uma dor insana e com certeza iria traumatiza-lo. Por esse motivo fui indo devagar, massageando seu ânus e brincando com a cabeça do meu pau. Aos poucos consegui penetra-lo e iniciei um vai e vem devagar e a partir daí fomos testando posições que o deixassem mais confortável. Meti um pouco de bruços e doía, meti de quatro e doía, meti de lado e doía... Até que ele pediu para eu parar, pois achou meu pau muito grosso.

Sem neuras paramos e ficamos deitados nos beijando e punhetando um ao outro.

Eu queria experimentar e consegui, mas na próxima eu vou conseguir dar mais. Desculpou-se

Relaxa, temos que ir devagar, iniciação é assim mesmo, dói um pouco, mas depois fica bom. Completei.

Assim ficamos nos beijando até que ambos gozassemos gostoso. Logo depois fui tomar uma ducha quente, pois ainda iria para o hotel ao encontro do meu novo amigo, Bruno. Após o banho me arrumei e coloquei um pouco da colônia que Frederico usava... Ficamos ambos com cheiro de mato, era um cheiro muito bom.

Despedi-me de Frederico e fui rumo ao metrô, era horário de pico e as estações estavam cheias, mesmo assim não tive dificuldades em chegar a estação Consolação na avenida Paulista. O hotel ficava na rua Augusta, bastava descer cerca de cinco quadras. No trajeto fui trocando sms com Bruno, que parecia elétrico. Logo nos encontramos e nos conhecemos pessoalmente.

Bruno é alto, cabelos pretos com um corte moderno, olhos grandes e pretos, e corpo estilo magro definido. Ele é um tipo interessante, por ser alto e bem desenvolto.

E ae caipirinha! Demorou hein!! Tava bom lá? – Debochou ele.

E ae rapaz! Caipirinha é a mãe! (risos). Foi legal cara, agora vamos ver se vira algo para noite.

No hotel fiz meu cadastro na recepção e subi para a suíte 305. Tinha vista para a rua augusta, um quarto simples mas amplo, com cama para casal, ventilador, tv e WC privativo possibilitando eu atender meus clientes por lá. Depois de me instalar eu e Bruno fomos jantar no shopping Frei Caneca, um dos lugares badalados e referencia de gays com alto poder aquisitivo ou que se julgam como tal... Como sou bastante avesso a isso eu encarei o lugar como um outro qualquer. Enquanto jantávamos Bruno ia contando como a coisa rolava por São Paulo e me apontou pelo menos dois meninos que circulavam pelo shopping e também eram boys, mas que segundo ele tinham uma postura efeminada bem diferente das fotos estilo machão postadas por eles em anúncios.

Bruno falou um pouco sobre sua história. Natural do interior de São Paulo, estudou educação física por um tempo e logo trancou a faculdade, seu sonho é cursar medicina. Tornou-se garoto de programa a pouco mais de um ano quando mudou-se para São Paulo. A família o ajudava enviando uma soma em dinheiro, mas de uns meses para cá parou. Em sua carreira como GP Bruno chegou a dividir um flat de alto padrão e frequentar bons restaurantes, cabeleireiros, baladas e outros points. Porém, sua vida deu uma guinada; ele desfez a parceria com o seu amigo do flat em uma discussão e como não fez um pé de meia economizando parte do que ganhava tem vivido em um hotel simples na rua augusta,  fazendo programas para pagar suas diárias e suas refeições. Segundo ele, tem sido uma lição, pois essa condição mostra que não devemos vacilar visto que é um ramo cíclico, um dia você está em cima outro dia você pode estar por baixo... Triste, mas é um fato a ser considerado. Inclusive por mim.  Sobre sua família eu não quis entrar em detalhes.

De volta ao hotel combinamos um horário para que cada um se arrumasse para a noite que nos esperava. Jantados, banhados e perfumados nos dirigimos para a lan house próxima ao hotel. Cada um em seu desktop abriu diversas salas e começamos a nos anunciar, divulgamos nossos perfis se sites; Logo muitos curiosos de plantão apareceram perguntando tipo físico, o que curtimos, preço ,localização. Etc...etc... É praticamente um trabalho de paciência a espera de alguém realmente interessado.

Diferente de dos chat de S.J.Campos, as salas de São Paulo são mais escrachadas, muitos meninos se anunciando, há perfis para todos os gostos e bolsos.

GOSTA DE TEKAR? TEM COMO CONSEGUIR?  Um cara perguntou para mim.

Hey, Bruno, o que é tekar? Perguntei sem cerimônia.

Fala baixo meu! Repreendeu Bruno. Tekar é cheirar, entendeu? Quem ta perguntando?

Mostrei o cara no chat e Bruno me orientou a falar que SIM, eu curtia tekar e tinha como arrumar. E assim o fiz. Mas como era somente um curioso logo ele saiu. Então questionei Bruno como era isso.

Edu, tem muitos clientes que são viciados em pó. Esses são os que mais pagam, pois ele compram o pó com a gente e nos pagam para fazer cia e cheirar com eles (tekar). É nesses que monto em cima, pois geralmente tem dinheiro para sustentar o vicio. Quando a coisa ta feia e o movimento ta fraco eu atendo esses. Entro com dois Nicks no chat e tenho um contato que me repassa o pó, ai revendo mais caro. Entendeu?

Mas e a foda? O pau fica mole, não fica? Perguntei

E você acha que eles querem fuder? A maioria fica brocha, só querem pó e cia. E quando ficam loucões  da para tirar mais grana...

Vish, complicado hein... Não quero um desses não!

É por que você não viu o quanto eles pagam por isso... Debochou.

A noite transcorreu bem, fiquei quase duas horas plugado e consegui fechar meu segundo programa. Tratava-se de um cara de meia idade, passivo, separado residente em Moema. Após o contato pelo chat e visualização do meu site, o cara ligou, acertamos valores e tempo de programa e logo ele veio me buscar. Bruno ficou na lan fazendo seus anúncios.

A rua Augusta é repleta de bares e baladas de todos os tipos, punk rock, bares com música ao vivo, inferninhos com shows eróticos, Heavy Metal, entre outras linguagens. Se tem um lugar em Sampa que reúne todas as tribos é na rua Augusta. Caminhando por entre as pessoas em direção ao hotel onde o cliente iria me buscar, eu fui absorvendo a atmosfera da noite de São Paulo, uma cidade que magnetiza, encanta mas também tem seu lado desumano aos somentem se rendem aos prazeres da luxuria desvairada. Afinal, tudo tem seu preço...

[ Continua...]

 O garoto errado
garotoprivado@hotmail.com



8 de abr. de 2013

PUTO DE NEGÓCIOS


Condição do homem: inconstância, tédio, inquietação. [Blaise Pascal]

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ser um Garoto de Programa vai muito além da diversão e do sexo com gozadas homéricas . No primeiro momento todos pensam que tudo é muito fácil e prazeroso. Mas viver de sexo tem suas perdas e seus ganhos. Não é um dinheiro “fácil” como muitos pensam; Para mim é um dinheiro rápido. Você ganha uma quantia X por 1 hora de trabalho e muitas vezes transa sem vontade alguma. Para quem leva essa profissão a sério como eu levo, sexo não é só gozar com quem a gente quer , sexo não é só tesão, sexo não é só fetiche ou azaração, sexo é também publicidade... E tudo isso alguém tem que pagar ...

Desde que fui demito do meu último emprego decidi focar minhas atenções no trabalho como acompanhante e Garoto programa; Depois de um ano como Eduardo decidi que precisava inovar, mudar e garimpar outros campos a fim de ampliar minha carteira de clientes segmentando o atendimento e atuando onde paga-se bem. Prestar um serviço diferenciado a quem não chora preço e não vê dinheiro como um problema, mas sim um facilitador para comprar por sexo e prazer. Afinal, o mercado do sexo cresce a cada dia, mas não são todos que estão dispostos a um mergulho vertical neste universo sedutor e perigoso. No meu caso, eu já havia pulado do trampolim, só me restava mergulhar de cabeça.

Para isso, intensifiquei meus treinos na academia a fim melhorar o físico, como não sou bombado e não faço uso de anabolizantes meus ganhos de massa e definição são lentos, mas até que razoáveis;  Em seguida produzi novas fotos amadoras (enquanto não produzo um material profissional) para publicação no meu blog, que também ganhou uma nova cara, deixando de ser apenas um diário contendo confissões e reflexões sobre meus programas, a caracteristica de blog ainda continua, mas dessa vez mais personalizada contendo um perfil e um ensaio sensual, assim, quem já visitava o espaço para ler meus textos também poderia se instigar nas novas fotos.  Paralelo ao blog que já estava conhecido, eu crie um hot site na plataforma Wix.com – O objetivo deste novo site era divulga-lo em outras cidades como São Paulo, um mercado com meninos para todos os gostos e bolsos, mas ainda sim muito promissor a quem souber trabalhar.

Além do blog e site, pesquisei portais de classificados focados em sexo, onde você pode criar um anúncio gratuito, a fim de divulgar seu perfil, fotos e celular de contato. Após algumas buscas selecionei alguns portais e criei meu perfil com anúncio. Em pouco tempo passei a ter retorno de clientes interessados e consequentemente marcar mais programas, alguns fora da minha cidade. Os sites de classificados são acessados por um público diferenciado, geralmente são caras comprometidos que não querem perder tempo em salas de bate-papo teclando com outros boys. Em grande parte são homens maduros e práticos, que tem dinheiro para pagar um bom cachê e o melhor, não choram preço. As buscas são feitas em sites como o Google, que por sua vez lista os sites de classificamos mais acessados, a partir daí como num cardápio de restaurante o cliente olha os perfis dos meninos anunciantes e escolhe o que mais lhe agradar. Ao nos contatar são diretos, dizem o que procuram, perguntam o que topamos fazer no programa e se tiver tudo de acordo é agendada a transa sem perda de tempo. Como ando um pouco impaciente eu confesso que esses têm sido meu perfil de cliente preferido.

Após as reformulações de blog, site e anúncios em classificados online resolvi me arriscar e partir para os chats de São Paulo. Como é de se esperar há muitos Boys em Sampa e nem todos querem papo, não são muito abertos ao diálogo por medo de concorrência ou desconfiança. Afinal, São Paulo é um polo competitivo. Particularmente eu acho besteira, pois somos escolhidos pelo cliente, esse por sua vez tem um perfil e tipo físico pelo qual se interessa. Para minha surpresa conheci virtualmente três garotos que mostraram-se educados e aberto a conversa, Felipe, Bruno e Cauê, todos morando em diferentes regiões e com realidades adversas. Porém, foi com Bruno que conversei mais sobre nossas diferenças e semelhanças em exercer essa profissão. Expus minha vontade de voltar a morar em São Paulo, estando disposto em encontrar um boy legal para alugar um apartamento e dividir despesas a fim de termos nosso próprio local. Bruno também mostrou-se interessando, pois está hospedado num hotel após ter saído do flat que dividia com outro colega, também Garoto de Programa. Criamos um laço bacana de amizade e ficamos por uns três dias trocando ideia de como tudo funciona por lá e por aqui. Em paralelo a isso eu consegui marcar um programa com Frederico, um médico que procurava um boy para sua iniciação “primeira vez”. Para minha sorte ele preferia um boy do interior por questões de privacidade. Conversamos um pouco pelo skype e por telefone e assim marquei meu segundo programa em SP, mas dessa vez com um paulista mesmo. O primeiro havia sido com um gaucho relatado em outro conto.

A necessidade de mudar tem batido forte dentro de mim, até mesmo antes de me tornar Eduardo eu tinha esses momentos de autoavaliação, ficava melancólico e me sentia impotente com medo de me arriscar e mesmo agora em outra situação essa inquietação continua. Estou saturado do meio em que vivo, perdendo minhas referências e tendo meu eu mesmo cada vez mais esquecido pelas pessoas que me conheciam, talvez mudar de cidade e assumir Eduardo num território mais neutro possa me ajudar. São Paulo parece perfeito, não só para fazer programa, pois tenho consciência que não poderei ficar nisso por muito tempo. Minha vontade é voltar para continuar meus estudos, conquistar um bom trabalho e meu canto no mundo... Para isso estou disposto a correr atrás e se a porta aberta é sexo pago eu irei embarco sem nenhum problema.
Bruno passou o endereço do hotel onde estava hospedado, ficava na rua Augusta, bem próximo a Paulista, o bacana era que o hotel permitia que recebêssemos clientes, pois sabiam que éramos boys. Embarquei na tarde de quinta-feira para São Paulo, planejei ficar por lá durante o final de semana, assim poderia me experimentar na Selva de Pedra, vivendo Eduardo 24 horas, sem mascaras, sem esconderijos, sem medo...Só restava saber o que me aguardava por lá.

[Continua...]

O garoto errado

Pessoal, tenho recebido elogios e retornos de quem acompanha meu blog, agradeço muito por isso, mas não é sempre que consigo responder em tempo real. Então, sintam-se a vontade, podem comentar aqui também, eu habilitei nos “comentários” a opção ANÔNIMO, então não precisa de identificação, ok?

Obrigado, E.W

4 de abr. de 2013

JOYSTICK


Nada é mais falso que uma verdade estabelecida [Millôr Fernandes]

O corpo humano é dotado de formas que muitas vezes se confundem com objetos e formas. Depende do angulou, da luz, da sombra e outros elementos que podem confundir nossos olhos por alguns segundos... Mas fazer de um pênis um Joystick não estavas nos meus planos... definitivamente.

Joel ligou numa manhã de sábado, dizendo que viu meu anúncio e gostaria de saber se eu costumava viajar com clientes. Afirmei positivamente, então, ele prosseguiu na conversa e disse seu fetiche.

Eduardo, quero ir para um lugar de montanhas e ficar num quarto com um cara para apenas bater punheta, pegar em seu pau, ele no meu e ficarmos brincando, esfregando pau com pau, como se fosse um brinquedo. Não quero penetrar e nem ser penetrado. Não gosto de beijos e nem pegação. Entende?

A principio nada demais, passei meu preço e fechamos. Marcamos um ponto de encontro e instantes depois Joel me pegou. No carro ele mostrou em seu tablet alguns chalés que ficavam próximo a Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí, uma cidade turística, mas que fora de temporada era bem vazia.

Pegamos a estrada rumo aos tão sonhados chalés, após uma hora dirigindo, Joel quis parar para almoçar e assim o fizemos. Paramos num grande restaurante desses de estrada. Não haviam muitas pessoas, pois já passava das 13h da tarde. Havia um sistema selv-service e outro La carte. Joel então pediu frango a passarinho e momentos depois a garçonete foi servir em nossa mesa.

Já com o prato posto Joel experimentou um pedaço e parou logo em seguida.

Hum, mas isso ta puro sal! Olha só! Prova para você sentir! Ofereceu-me

Tirei um pedaço e coloquei no meu prato, cortei e provei. Não havia nada demais ao meu paladar. Porém Joel insistiu, chamou a garçonete para trocar o prato. Reclamou bastante e disse que não queria sal. A garçonete explicou que os pedaços fritos não foram “salgados” e mesmo assim pediria um novo prato. Minutos depois veio um novo prato fresquinho, Joel tirou um pedaço, colocou em seu prato, cortou e comeu...

Hum... Melhorou, mas ainda está salgado. Vai assim mesmo!

Enquanto Joel comia seu frango a passarinho, eu desejei me teletransportar de volta para a casa. Mas a merda já estava feita, agora era suportar o final de semana que me aguardava.

Continuamos a viagem e ao chegar na cidade fomos para a parte alta, das montanhas.  Do alto dos morros a cidade foi ficando cada vez mais pequena, até que chegamos aos chalés, eram bem confortáveis, com lareira e moveis rústicos de madeira.

Desfizemos as mochilas. Joel abriu as torneiras da banheira e a deixou enchendo para que logo fossemos curtir seu fetiche. Ficamos na cama estirados pelo cansaço da viagem, enquanto a banheira não terminava de encher.  Joel pediu para eu tira as calças e a cueca e fez o mesmo. E lá ficou ele pegando no meu pau, apertando, virando para um lado, para o outro, investigando cada parte. Assim tentei fazer com seu pau também, porém eu nem bem comecei e ele já foi me dando uma aula. Parecia que seu pau tinha pontos específicos para ser tocado.

Não! Não é para pegar com a mão toda. Olha, pega na cabeça e faz assim ( fazia um vai vem como quanto nos masturbamos, mas ele queria apenas na glande). E assim o fiz, passou um, dois, três, quatro, cinco minutos e eu já estava cansado de ficar só naquilo. Enfim, a banheira ficou pronta! Porém a tortura continuaria...

Ficamos eu e Joel dentro da banheira, lado a lado, ele com a mão no meu pau, brincando, apertando e mexendo para todas as direções; como se fosse m Joystick, para lá, para cá, para frente e para trás, isso quando não fazia um giro completo, como se jogasse um street fighter tentando soltar aqueles golpes mirabolantes. Já eu fazia o mesmo, só que com mais cuidado pautado pelas correções de Joel.

Não! Pega aqui! Olha. Isso, faz agora para eu ver... Assim...isso...

Nunca desejei que um programa acabasse logo. Era muito chato ficar na mesma coisa por horas e horas, aquela repetição parecia insana e deixava meu braço e pau doendo. Creio que ficamos umas cinco horas dentro daquela banheira; só pegando um no pau do outro.  Depois de horas paramos por que Joel quis gozar, socou uma punheta e gozou.
E assim caminhamos para o Domingo, logo de manhã enchi a banheira a pedido de Joel e ficamos na pegação de pau até o horário do almoço. Organizamos nossas mochilas e pegamos a estrada de volta.

No carro viemos conversando sobre temas como Família e trabalho. Joel disse que sonha em formar uma família. Em seus pensamos ele iria para de vez com seus fetiches por homens e constituir uma família. Em sua visão, homem que relaciona-se com homem é um pecado mortal. E aquilo que estávamos fazendo era apenas uma curiosidade que ele tinha.

Quanta ignorância, eu pensava...

Olha cara, eu creio que não tem nada demais. O fato de um homem se relacionar com outro pode ser muito saudável. Vai da cabeça de cada um. Pior na minha visão, é um cara que tem desejos secretos, como tesão por alguém do mesmo sexo. Mas que por pura convenção e medo, mutila seus sonhos e desejos para fazer algo que os outros querem e julgam aceito. Muitos apontam o dedo para mostra o erro do outro, mas não olham a si próprio. Tentei argumentar.

Mesmo dizendo nas entrelinhas que o que ele acreditava ser certo era fruto de preconceito e medo, ele insistiu e para não ficar chato e uma disputa de certo ou errado, eu nem me dei o trabalho de ficar argumentando. Afinal, são linhas de pensamentos diferentes, porém o radicalismo dele era tanto, que era impossível trazer outro ponto de vista. Chegando ao ponto onde eu desceria, Joel exerceu o que chamo de falso moralismo, para senti-se superior aos outros e aos pecados do mundo.

Boa sorte para você Eduardo. Que Deus lhe abençoe e lhe tire dessa vida.

O que dizer para um cara que não se aceita? Nada... apenas sorri um sorriso apático e olhando dentro de seus olhos pensei... Vida patrocinada por caras como você... babaca!


o garoto errado
garotoprivado@hotmail.com