23 de mar. de 2013

DIOR HOMEM


A personalidade assemelha-se a um perfume de qualidade: quem o usa é o único que não o sente. [Gilbert Cesbron]

Quantas vezes um cheiro lhe trouxe boas lembranças? Quantas vezes um cheiro lhe deixou com saudades?... A mim, muitas vezes... muitas...

Essa semana recebi um sms de Rafael, um cara que mora em  Sorocaba, ele não foi meu cliente, foi um cara especial que tive a oportunidade de conhecer. Foi por suas mãos que Eduardo passou a ter algo que o marcasse, um cheiro próprio.

Conheci Rafael em uma sala de bate-papo, ele trabalha no setor comercial e viria a São José dos Campos representando sua empresa e ficaria por dois dias. Conversamos por um bom tempo nos vimos pela câmera e para minha surpresa ele é um rapaz jovem, alto, branco, rosto liso, cabelos curtos, olhos esverdeados e corpo normal. Certamente um cara bonito e não teria problemas em encontrar outro rapaz. Porém, ele é casado e isso o dificulta em buscar outro cara para se relacionar.

Com o passar dos dias fomos trocando mensagens e criamos uma empatia, passei a curtir Rafael cada vez mais.  Particularmente não tenho tempo para ficar respondendo mensagem de texto e detesto caras enrolados, procuro ser objetivo e repondo aqueles que desejam marcar algo ou passem alguma informação relevante. Casos fora disso eu não costumo dar atenção, pois tomaria muito meu tempo. Deixamos nosso encontro meio acertado, iria depender da rotina dele por aqui.

Os dias se passaram, Rafael chegou a cidade, mas como previsto ficou quase 24h em função do trabalho e não consegui encontrá-lo. Somente na sua última noite; eu estava no centro da cidade, tinha acabado de sair de um programa e fui zapear meu MSN numa lan-house. Ele estava online e disse que estava no hotel, era sua última noite e encontrava-se frustrado por não ter me conhecido. Eu disse que poderia ir pois estava a poucos minutos do hotel. Ainda sim ele me disse que estava sem grana para meu cachê, mas que poderia dar um perfume, “Dior Homem”, segundo ele um perfume razoavelmente caro e de bom gosto.

Perfume? Eu ri diante da tela do computador na Lan. Sinceramente eu não sou vaidoso e detesto dispensar dinheiro em relógios, perfumes, sapatos ou qualquer acessório caro demais, vejo muita coisa como surperfulo. Desse mal eu não sofro, mas é óbvio que também tenho meus momentos de consumismo desenfreado. Afinal, quem nunca abriu a carteira por um bem material desejado. Porém, isso não me norteia, prefiro viajar e comer bem, esse é parte do meu “eu mesmo”, já Eduardo...

Me senti lisonjeado pelo sacrifício de Rafael em querer me ver. Resolvi ir, mas disse a ele que não queria o perfume, que iria por vontade própria. Fechei meu MSN, paguei a comanda no balcão da lan e caminhei até o ponto... Estava ansioso.

Cheguei ao hotel, disse que precisava entregar alguns documentos de trabalho ao Sr. Rafael, ele por sua vez foi avisado por telefone. Preenchi uma ficha a contragosto com meus dados pessoais e subi até o quarto indicado. Fui orientado que o tempo de permanência permitido para um não hospede, era de miseráveis 15 minutos. Que merda!

Ao abrir a porta Rafael era exatamente como eu tinha visto na câmera, um cara tímido e bonito. Entrei, o cumprimentei e logo nos abraçamos e nos beijamos por muito tempo. Ele tem uma pele macia, um cheiro suave de loção pós-banho.

Fomos para cama e já sem quase peças de roupa Rafael beijou todo meu corpo e me chupou deliciosamente, beijando minhas bolas e acariciando minhas pernas. Estava muito gostoso ficar ali com ele. Tirei sua calça de moletom e vislumbrei a bunda mais macia e bonita que vi até hoje. Não resisti, o coloquei ele de bruços e beijando sua nuca fui descendo até cair de boca em sua bunda branquinha e cheirosa. De bruços ele gemia comprimindo seu rosto no travesseiro. Com minha língua percorri suas nádegas macias, lambia e molhava cada vez mais seu cu rosado, metia a língua e podia sentir como era macio. Sem ter noção do tempo fiquei mergulhado chupando aquela bunda tão gostosa. Encapei meu pau e meti um pouco nele, era um tesão. Ele por sua vez também me experimentou, quis me comer um pouco. E ali ficamos, bem mais do que 15 minutos.

Alertei a ele sobre o tempo permitido, mais ele não deu muita atenção. Minha vontade era passar a noite trepando com ele, mas não poderia caso contrário iriam cobrar outra diária e ele teria que reportar a empresa sobre receber outra pessoa. Infelizmente era preciso ir.

Vestimos nossas roupas e ainda abraçados nos beijamos por alguns minutos. Rafael então conforme prometido pegou em sua bolsa de viagem um pequeno e quadrado frasco de vidro, era o perfume.

Não precisa cara, pode guardar. Disse a ele

Não é um pagamento. Esse é meu presente para você. Estou usando um pouco. Sempre que você sentir esse cheiro lembre-se de mim, aceita! Retrucou.

Agradeci e guardei o perfume na mochila. Nos beijamos e nos despedimos. Sai do hotel e caminhei até o ponto de ônibus ainda pensando em seus beijos, sua pele macia e seu cheiro... que era gostoso demais.

Em casa fui direto para meu quarto, sentado na cama tirei meus sapatos, troquei de roupa e entrei na internet. Naveguei um pouco, li meus recados, até que me lembrei do perfume. Mas que depressa tirei o pequeno frasco da mochila e o coloquei em minha frente, perto do notebook. Por um instante observei o pequeno frasco com seu líquido amarelo e o nome DIOR HOMEM, resolvi então entrar no site oficial da Dior e percebi que era uma linha de perfumes, roupas e acessórios sofisticados. Para minha surpresa o valor do perfume era bem acima do meu cachê habitual, se Rafael tivesse falado eu não teria acreditado.

Feliz ou não pelo presente o fato era que o cheiro estava impregnado em minha pele e eu estava ainda sob estado de pequeno êxtase pelo contato com Rafael. Eu ainda sentia o cheiro e aroma e com toda certeza aquele cheiro passaria a ser de Eduardo.

Agora sempre ao me arrumar para um programa eu uso algumas gotas do perfume... Claro que me lembro de Rafael até hoje, é difícil esquecer seu cheiro.

O garoto errado
garotoprivado@hotmail.com

17 de mar. de 2013

366 DIAS


Vou supor-me a resistir. Lentamente até fugir. [Eduardo White]

BOY DE PROG$$:  Meu nome é Eduardo, tenho 25 anos, sou branco, 1,76 de altura, 68kg, malho regularmente, olhos castanhos, cabelos pretos, 19cm, flex liberal. Alguém afim?

Esse sábado fez um ano que vivo na pele de Eduardo White, garoto de programa. Curiosamente começei num ano bissexto. O tempo passa tão rápido que parece ter sido ontem que tudo começou, quando eu ainda estava trancado no meu quarto e criava coragem para encarar a prostituição como profissão. 

Venho de uma família simples, todos em casa sempre trabalharam, nunca nos faltou nada e tive uma boa educação por parte da minha mãe, que em meio as dificuldades soube transmitir valores como caráter, bom senso e humildade. Comecei a trabalhar com 16 anos, sempre estudei em escola pública, corria atrás de cursos gratuitos e me esforçava para conquistar minhas coisas. Nunca sentia medo de ir adiante, pois o NÃO já era uma resposta certa, bastava eu tentar para conseguir o SIM e quanto a isso eu não fazia cerimônia.

Embora muitas coisas em nossas vidas se deem de formas diferente, eu não tive nenhum conhecido para me apadrinhar, não me vi a margem da miséria como uma vitima do sistema capitalista para me atirar na vida ou tampouco tive contatos com outros garotos de programa. As coisas aconteceram de forma natural. A única necessidade que tinha era da alma, de querer abandonar quem eu era, morrer para nascer um outro e creio que foi isso que fiz...

Meu contato com o mundo da prostituição deu-se de forma subjetiva. Há dois anos atrás eu me mudei para São Paulo, fui para estudar e trabalhar. Conheci pessoas e lugares novos, fiz amigos nas republicas por onde passei e junto com tudo tive também dificuldades para me manter ali. Afinal, eu era um organismo estranho em uma metrópole. Meu primeiro endereço foi a rua Rego Freitas, num apartamento que ficava em frente a igreja Consolação, no centro da cidade. Durante o dia o movimento era intenso pelo comércio local e a noite o lugar transformava-se em ponto de prostituição e curtição, com bares e casas noturnas. Meu prédio era no ponto alto da rua, ao lado de uma boate gls e com muitos travestis que faziam por ali. Eu saia de manhã para trabalhar e ia direto para meu curso, chegava sempre após as 23h. Na caminhada até meu prédio eu as observava, assim como os michês que ficavam na parte baixa da rua, nas proximidades do metrô Republica.

Nessa época eu ralava dentro de um Call Center fazendo mais de 100 ligações por dia para receber um salário de merda, ao passo que vivia fazendo bicos para complementar a renda no fim do mês. Por algumas vezes eu pensei em ser garoto de programa, mas não tinha ideia de como começar. Ficar na rua nas proximidades do metro? Nem pensar, pois os meninos tinham pontos fixos e com certeza eu ira levar uma boa surra se pegasse o ponto de alguém. Por vezes consultei sites de outros meninos e muitos tinham local próprio, ensaios com fotos produzidas entre anúncios em outros sites. E talvez o mas importante, faltava a coragem... Pensava em minha família, amigos, as pessoas me crucificando... Enfim, passei o que passei em São Paulo, conclui meus estudos e voltei para minha cidade.

Voltei por estar esgotado, mas o que me moveu mesmo foi a esperança de viver ao lado de alguém a quem amei muito... Foi um desses amores que você demora a enxergar, mas é capaz de abrir mão de tudo para ficar ao lado da pessoa, então movido por isso eu resolvi arriscar, afinal o barato da vida é isso...

As coisas não deram certo, fui abandonado, estava sem emprego e de volta a casa de minha mãe. Fiquei deprimido por meses, sentindo um vazio e sempre que tentava me relacionar com alguém o sexo era o ponto chave, a trepada era o que importava a unanimidade. E com o gosto amargo da desilusão fui abrindo mão de mim, dos meu sonhos, fui dando espaço para o vazio que aos poucos era preenchido por outra pessoa. O que antes era uma curiosidade se fez em ação, ser garoto de programa movido pelo desejo em ser outro, a quem se busca saciar os desejos, a falta de amor... Ser alguém imune de sentimentos amorosos e o melhor, ganhando dinheiro para isso.

 Porém eu não fazia ideia. Como se vira um garoto de programa? Recorri as salas de bate papo, entrei com o Nick “Boy de Programa” e logo curiosos de plantão começaram a me abordar. As perguntas pipocavam na tela. Qtos anos? D onde? Como vc é? Qto é o pg? Tem site? Tem foto? Qual seu MSN?

Sai da sala, a coisa era mais complexa do que eu imaginava, eu precisava ter uma estrutura para isso, contatos separados, fotos para divulgação e estomago para encarar pessoas que eu não conhecia. Passei alguns dias ensaiando essas conversas, entrava no chat conversava com pessoas e com outros garotos de programa. Muitos são fechados, não gostavam de falar como trabalhavam e como faziam clientes fixos. A partir daí fui pegando alguns “macetes”, de como interagir nos chats e como abordar as pessoas.

Eduardo era um nome que sempre gostei, mas precisava de um sobrenome para criar uma personalidade, pois existem muitos boys com nomes parecidos. Pensei em alguns sobrenomes, queria algo presente em mim, uma característica. Me ocorreu a palavra “Branco”, pois sempre fui muito branquinho e resaltavam isso em mim. Então, experimentei White e assim estabeleci. Eduardo White. Para ter certeza de que não existiria alguém com esse nome eu recorri ao grande oráculo, o GOOGLE. Digitei, Eduardo White – Para minha surpresa não existia nenhum GP com esse nome, mas sim um poeta e escritor do Moçambique nascido em 1963.  Sua poesia trata sobre o Moçambique e a história do seu povo. Em um site encontrei a seguinte definição sobre ele:

Empenhado em cantar o amor, a fim de que a paz se consolidasse nos âmagos individual e nacional, White desenvolveu uma escrita poética que almejou erotizar uma terra acometida pelas degradantes consequências de sucessivas guerras. Exaltando da vida e tudo o que dela pulsasse, o poeta exibiu um eu-lírico marcadamente otimista, embora muitas vezes melancólico e indignado. [...]

Curioso ou não eu também tinha minhas guerras diárias que buscavam consolidar a paz e de certo modo precisava colocar isso para fora... Logo criei um perfil no msn, separei um chip com número de contatos para clientes, produzi alguma fotos de celular no banheiro e quarto de casa e criei um blog... Naquela noite nascia em mim Eduardo White.

Meu primeiro programa
No dia seguinte com um misto de nervosismo e expectativa entrei no chat. Fui a caça, teclei com alguns caras e respondia as perguntas de forma objetiva. Alguns olharam o site, as fotos (exceto o rosto), essa eu preferia mostrar somente após alguns minutos de conversa e de forma rápida. Tudo ia fluindo, adicionei vários contatos no meu MSN, até que um cara quis marcar algo para aquela noite. Marcamos num bairro na zona sul. Era sexta-feira e havia grande circulação de pessoas, pois a região era repleta de bares. No horário marcado lá estava eu. Esperei, esperei e nada... Mesmo querendo não acreditar estava constatado, eu levei meu primeiro cano como GP. Era patético mais era rela, ainda sim aprendi algo. Tente marcar pontos de encontro em lugares mais tranquilos e próximo de casa.

Que merda! Tanta expectativa para o cara furar. Pensei num plano B, já que ainda estava no início da noite procurei por uma lan house nas proximidades, paguei por uma hora, conectei meu MSN e entrei no chat. Em dez minutos estava com várias janelas piscando com perguntas e logo consegui marcar com um cara que buscava uma pegação rápida, pois era casado e não poderia demorar muito.

Marcamos próximo da lan house, ele chegou, estacionou o carro falando ao celular. Certamente era sua esposa. Ele fez sinal para eu aguardar fora do carro, então esperei na calçada. Isso só fez com que meu nervosismo aumentasse ainda mais. Fiquei imaginando se algum conhecido me visse por ali, O que eu iria dizer? Depois de um tempo o cliente fez sinal para eu entrar. Ele disse que não poderia demorar e enquanto dirigia ele ficou pegando no meu pau, pediu para eu descer a calça até os joelhos e assim o fiz.

Ele dirigiu por diversos quarteirões, estava louco para dar, mais não havia tempo e local para isso. Mesmo nervoso eu estava gostando da brincadeira. Com uma das mãos eu fiquei massageando seu cu, com ele sentado sobre ela, eu coloquei meu dedo indicador todo dentro dele. Enquanto ele rebolava e dirigia eu respirava fundo, com meu pau duro e babando, estava com a adrenalina a mil. Ficamos uns 25 minutos assim, até que ele precisou me deixar em algum ponto, pois seu celular voltou a tocar. Como era só uma brincadeira, eu cobrei menos do que um programa completo. O cliente me pagou e saltei do carro.

Estava feliz e ainda com o coração disparado pela situação toda. Caminhei por um tempo pensando em tudo. Enfim, sai do ponto de partida, uma caminhada começava e a estrada estava apenas começando... O destino eu não sabia e ainda confesso que não sei...

Agradeço a todos clientes com quem me relacionei nessa trajetória. Com certeza tive experiências boas e ruins, encontros e desencontros; mas o que vale mais para mim não é o aprendizado e a troca de prazeres.

E.W. 


O garoto errrado
twitter.com/EduardoWhitee


14 de mar. de 2013

SUGAR DADDY


O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmo fazemos do que os outros fizeram de nós. [Jean Paul Sartre]

Essa semana Nidson meu ligou. Ele é o cara que saiu comigo e com o Junior no conto Sindrome de Peter Pan. Fazia mas de um mês que não nos falávamos, ele vive uma relação conturbada com a família, esta em processo de separação da mulher e constantemente é alvo de monitoramento dos filhos e ex-esposa.

Nossa Eduardo, tenho tanta coisa para te falar...Eu fechei a compra do meu apartamento! E vc não adivinha... Estou namorando o Rodrigo! Disse ele embargado por felicidade.

Conheci Nidson por acaso. Meu celular tocou, ele se apresentou. Disse que não era da minha cidade, porém estava por aqui, veio para encontrar um outro boy de programa, mas o cara furou com ele e para não ficar no prejuízo ele tinha meu contato que pegou num anúncio... ou seja, eu era a segunda opção, engraçado, mas era isso mesmo. Marcamos a transa e posso dizer que foi uma das melhores. Ele deu muito gostoso.

Nidson é um coroa bem conservado, muito cordial e sem malícia. Tem um bom aporte financeiro, filhos criados, carro, casa própria e um salário legal. Um prato cheio para oportunistas de plantão. O famoso cliente mão aberta; seu perfil é quase o mesmo. Geralmente são caras mais velhos, carentes, com autoestima baixa, pois tem vergonha de sair e se relacionar com outras pessoas e na angustia de ficarem sozinhos, eles mimam quem se dispõe a ficar ao seu lado.

Rodrigo o boy que deu cano em Nidson matou essa charada e sem abrir o zíper da sua calça jeans, em duas semanas ele conseguiu tirar de Nidson cerca de 3mil reais. Imaginação não lhe faltou. Foram inúmeras ligações pedindo grana para conta de energia, senão iriam cortá-la, $600,00 para um celular, pois ele havia perdido o dele, mais $200 como adiantamento de programa que nunca foi feito e o cumulo do absurdo, mais $80 para comprar um perfume, pois ele queria ficar cheiroso para o primeiro programa com Nidson... Esse programa nunca aconteceu.

Deste então Nidson passou a ser o Shugar Dad, de Rodrigo...

 De origem americada, sugar daddy, quer dizer ao pé da letra “papai de açúcar”, é o velhote rico e generoso que dá presentes caros para um (a) namorado jovem em troca de favores sexuais e cia. A palavra sugar, além de representar, nessa expressão, os doces e chocolates presenteados, também é usada como forma de tratamento amoroso, algo como “benzinho”, “amorzinho”.

Dava para contar nos dedos de uma mão as vezes que encontraram-se pessoalmente, pois os pedidos eram feito em contatos telefônicos e lá ia Nidson correndo no caixa transferir a grana. Eu ouvia a tudo perplexo com tanta cara de pau e lábia desse boy e também pela ingenuidade de Nidson. Após ouvir os desabafos eu tentei aconselha-lo, pedi para ele ter cautela e alertei que isso era um golpe, o cara estava usando essa fissura de Nidson por ele, e sugaria o máximo de grana possível. Enfim, meu alerta foi em vão.

O tempo e Nidson tornou-se meu cliente, nossas transas eram muito gostosas, mas eu sabia que ele queria Rodrigo, eu estava ali como uma segunda opção e como um amigo confidente. Mesmo tomando cuidado para não chatea-lo em nossas conversas, eu sempre o alertei em relação a estorção velada de Rodrigo sobre ele. A cada encontro eu ficava sabendo de mais grana dispensada aos caprichos desse aproveitador. E mesmo se conhecê-lo eu o odiava por isso, pois além da falta de caráter, pessoas como ele denigrem a profissão de GP. Por isso muitos clientes quando nos recebem em seus apartamentos não nos deixam só por um instante, não confiam em deixar sua carteira a vista e várias outras situações desconcertantes. Enfim, o lance é ter jogo de cintura, pois eu também não julgo.

Tive algumas poucas oportunidades em ter um Sugar Dad mas nunca quis esse tipo de relação. Tento ser transparente com os clientes que saio e nunca, em hipótese alguma penso em me vender nesse sentido. Gosto de ter minha liberdade, não só física, mas de consciência também... Acho que a pior prostituição é essa, a de enganar alguém a fim de tirar proveito de forma escusa.

No celular eu ouvia a empolgação de Nidson, ele ama Rodrigo e estava alegre por tê-lo ao seu lado. Entretanto, mesmo arriscando perder a amizade de Nidson e passar a ser odiado por ele, eu tive que dar minha opinião. Tentei não fazer rodeio e fui sincero e expondo minha indignação. Por fim desejei sorte a ele e pedi para ele amar a si próprio, se colocar em primeiro lugar para depois amar quem quer q seja, sem ter subterfúgios de cartões de crédito e presentes caros, afinal é uma via de mão dupla.

O garoto errado
twitter.com/Eduardowhitee
garotoprivado@hotmail.com

13 de mar. de 2013

TALVEZ O FIM...


Tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço. [Luis Gasparetto]

As coisas acontecem a uma velocidade diferente do que eu espero. Dias atrás eu estava fazendo programas quase todos os dias da semana. E embora eu esteja dividido entre minha vida como Eduardo e meu “eu mesmo”. Eu também busco outras oportunidades. Umas delas aconteceu há três semanas com um emprego num escritório de marketing. Fiz entrevista e fui aprovado. Confesso que um misto de felicidade e tristeza tomou conta de mim. Estou feliz por conseguir uma oportunidade legal e condizente com meus estudos; porém fui invadido por um desanimo em ter que abdicar em parte de Eduardo.

Ultimamente tenho tido esses conflitos internos. Uma angustia toma conta de mim e fico sem saber para onde ir. Tenho a sensação que o tempo passa, as coisas acontecem e fico estacionado no dilema de me dedicar a Eduardo ou ao meu eu mesmo. Como toda pessoa eu também tenho planos. Mais tenho um só corpo para conviver com duas personalidades e isso tem me desgastado. Enquanto Eduardo é um cara descompromissado, um tanto descolado, fala besteiras abertamente e vive arriscando-se por lugares que ainda não conhece. O meu eu mesmo gosta de estabilidade, gosta de ter uma agenda para anotar seus compromissos, gosta de preencher o tempo fazendo cursos, criando projetos e vive correndo atrás de não se sabe o que... As vezes vejo muitos pontos em comum entre ambos, as vezes não vejo absolutamente nada ... De certa forma ambos se completam ou pelo menos eu gostaria que se completassem e houvesse uma harmonia.

Gosto do Eduardo, porém viver na pele dele em alguns momentos me faz mal, justamente por ele lançar-se sobre o escuro abismo e quando acordo do sono a que ele me impõe muitas coisas já aconteceram. O que eu deixei para trás já não é igual e me sinto inultil... Sobretudo em não poder parar o tempo, voltar o relógio e ter feito um monte de coisas diferentes. São marcas que vão ficar para uma vida.

Será uma caminhada para o fim? Porque a sensação de ter encontrado um emprego e dado um passo adiante como eu mesmo me deixa triste? Será que Eduardo suprimiu a mim mesmo?

Eduardo nasceu em um momento de dor, uma fuga para me reestabelecer. E ao contrario do que muitos garotos de programa dizem, que estão nessa por falta de oportunidade. Eu me coloco a outra margem. Estou nessa por que quero, por gostar de sexo e com dinheiro é melhor ainda! Quando comecei meu pensamente era outro. Havia medo, porém coragem de ir adiante e ao passo que Eduardo nascia em mim, eu pude ver que há um lado humano a quem muitos estranhos buscam... Porém a generosidade da alma tem um preço, você passa a privar-se de muitas coisas em prol do outro. Eu tenho me privado de mim mesmo.

Como tudo na vida é adaptável as novas realidades, eu estou disposto. E com o tempo saberei se Eduardo sobreviverá...


O garoto errado
garotoprivado@hotmail.com
twitter.com/Eduardowhitee

10 de mar. de 2013

PARANÓIA INIMIGA


Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter, os inimigos pela inteligência. [Oscar Wilde]

Era uma tarde de domingo quando Rodrigo me ligou. Eu estava num processo de seleção para um trabalho num evento, estava muito calor, atendi ao celular e ele se apresentou, disse que me achou por meio de um anúncio na internet e coincidentemente achou meu blog , leu o relato em que conto minha ida a São Paulo e decidiu ligar. Hiperativo e muito afoito ao telefone ele me relatou o que buscava.

Eduardo, sou de São Paulo mais tenho o costume de me envolver com caras casados. É o seguinte, estou indo a Jacareí ver um cara, ele é casado, tem filho mais consegue dar uma escapada. Então vou reservar um hotel para gente e quero que você passe a noite comigo e ele. Porém não quero transar com você. Quero é te usar na transa com esse meu amigo, para incrementar e por meio de você quero que ele me coma. Claro que quero que vocês dois me peguem, mais quero começar com você para atiça-lo. Entende? Para ele também sentir vontade e me pegar. Quero também ver você dando para ele, etc...etc...

O cara falou muito, repetiu muitas vezes a mesma coisa. Eu estava no intervalo das avaliações e a galera me chamando. Por esse motivo tive que contar o papo. Embora eu não estivesse afim de dormir fora de casa, pois começaria no escritório logo no dia seguinte, segunda-feira, Rodrigo propôs pagar o cachê que pedi. Então fui prático no contato.

Cara, é o seguinte, eu topo! Faz assim, liga para esse cara, confirma tudo, se ele topar ae é só pegar o ônibus para São José você me avisar, combinamos um local e te encontro. Agora tenho que desligar. Até!

Ufa...voltei para o teste que estava fazendo, porém logo me liberei. No trajeto de volta para a casa Rodrigo confirmou sua vinda para Jacareí, parecia muito ansioso e tentando conduzir a conversa combinamos um ponto de encontro. Nem bem cheguei em casa e fui para o banho, troquei de roupa, comi, algo e preparei minha mochila para dormir fora e ir direto para meu primeiro dia de trabalho.

Durante o trajeto de ônibus a Jacareí, cidade vizinha a minha, Rodrigo ligou duas vezes para confirmar onde eu estava, pois o outro cara estava a caminho.
Enfim, cheguei. Nos encontramos em uma esquina. Rodrigo era coroa mais fazia o estilo garotão com uma mistura de rockeiro. Corpo normal, branco, olhos verdes, carecão, bermuda preta, tênis, mochila nas costas, com anéis e piercing na orelha. Bem diferente do que imaginei. Porém, a julgar pelo ramo que ele trabalhava o visual era condizente, ele era produtor de eventos.

Cara, vou te levar o hotel para você nos esperar lá pois o outro cara ta a caminho e vou buscá-lo, tudo bem?

Beleza cara! Ele ta por perto já?

Sim, vamos rápido, não quero que ele te veja!  Caminhamos até o hotel e ele foi me explicando sua fantasia. Disse que não queria que nos víssemos antes, pois o cara era bem tímido. Por esse motivo ele comprou uma máscara para cada um de nós usar, exceto ele. A ideia é que os dois mascarados pegassem ele.  Chegamos ao quarto, fiquei por lá enquanto Rodrigo pediu para eu não tirar a roupa, apenas para eu já ficar mascarado enquanto ele saia para buscar o outro cara.
Na estante da TV ele deixou uma garrafa de Red label, energéticos, camisinhas e uns quatro comprimidos de Viagra. Pelo que deduzi ele planejava a trepada do ano. Conforme pedido eu coloque a máscara, era estilo assaltante de banco, só com buracos para olhos e boca, quente pra caralho!

Não demorou muito e ouvi vozes, eram os dois chegando ao quarto. Fiquei sentado vendo tv, assim que entraram o carinha tentou ir me cumprimentar, mais Rodrigo o empurrou para o banheiro.

Não é para vocês se verem! Toma, usa essa máscara! Disse para o rapaz, que parecia ter minha idade.

Calma mano, quero só cumprimentar o Eduardo! Disse ele sem sucesso, logo voltou mascarado.  Trocamos algumas palavras rindo da situação, porém ele parecia bem nervoso. Rodrigo por sua vez serviu doses de Red Label e deu um Viagra para o cara.

Pow mano, que isso?

É Viagra, toma um, quero aproveitar muito. E você Eduardo, já tomou um? Perguntou ele

Não cara, não quero, to de boa, e cuidado misturar álcool com isso... Alertei

Também não quero não. Vou guardar e tomo outra hora. Disse o cara.

Rodrigo estava bem agitado, tudo estava esquematizado da forma que ele previu, porém a adrenalina dele era tanta que ele falava sem parar. Como a TV estava ligada no Fantástico ele começou a comentar as matérias e embarcamos nisso. Ficamos por uns cinco minutos bebendo, mascarados e falando sobre as reportagens. Como eu não podia tomar a iniciativa esperei até que Rodrigo começasse;  logo ele me beijou e ficamos nos pegando na cama, enquanto o carinha voltou a ficar tenso nos olhando e olhando a TV, notei pela bermuda que ele usava que seu pau estava durasso.

A coisa estava quente, então Rodrigo tirou nossas roupas e começou a nos chupar.  Soquei um pouco meu pau na sua boca para o carinha ver. Ele ficou em pé ao lado da cama e de pau duro, mais não sabia para onde olhar, se para tv ligada ou ver eu fudendo a boca de Rodrigo. Aproveitando o momento Rodrigo nos colocou em pé lado a lado e caiu de boca em nossos paus, chupava nos olhando, como um passivo obediente. E pediu para mim.

Chupa ele para eu ver?

Cai de boca nas bolas do garoto casado, ele estava louco de tesão, mais com aquela mascara infernal eu nem conseguia por as bolas dele na minha boca. E o que parecia ir longe foi bem rápido, ele gozou na minha boca, que merda de novo!... Fui ao banheiro me limpar enquanto Rodrigo aproveitava os últimos segundos do que prometia ser bem demorado.

Voltei ao quarto e o cara começou a se vestir, disse que precisava ir pois a esposava havia ligado duas vezes. Nos arrumamos e Rodrigo pediu para eu esperar no quarto pois iria levar o cara até a esquina. Fiquei por lá e logo ele voltou mais elétrico do que já estava.

PORRA, ELE CURTIU MUITO! Não acreditou que você estava chupando ele, disse que não aguentou de tesão e gozou antes.

Ficamos muito tempo batendo um papo sobre o ocorrido. Particularmente eu achei que Rodrigo fosse ficar muito frustrado, pois ninguém o comeu, mais foi o contrário. Em partes o fetiche dele tinha sido realizado, só que de forma rápida. Entretanto ele ficou analisando todos os momentos.

NOSSA, VOCÊ NÃO VIU, MAIS ELE FICOU OLHANDO SUA BUNDA! QUANDO VOCÊ CHUPOU O SACO DELE ELE FICOU COM MUITO TESÃO! E QUANDO ELE ENTROU AQUI E TE VIU... E QUANDO AQUELA HORA VOCÊ...

Eu mais ouvia. Havia tido um final de semana cansativo, atendido um cliente no sábado anterior, o cara fechou a pernoite e aproveitou cada minuto, trepamos a noite toda, eu nem havia dormido direito e agora estava com Rodrigo naquele quarto, estava morto de cansaço mais não podia deixar transparecer. Fomos a uma padaria, comemos algo e voltamos para o hotel. Ficamos deitados na cama conversando, estávamos pelados e de pau duro fazendo umas pequenas brincadeiras. Rodrigo contou-me de suas aventuras com os tais caras casados e com outros GPS. Com um deles disse ter sido vitima do golpe “boa noite cinderela”.

Poxa, fiquei com muito receio de marcar com você Eduardo, pois não vi seu rosto, apenas fotos de corpo. Mas meu tesão nesse carinha é tanto que resolvi arriscar e vim para cá. Fazia um ano que eu não o via... Pena que não dei para ele. Lamentou

Tentando reverter isso eu disse que tinha um amigo em Jacareí que gostava de uma putaria e propus chama-lo. No início Rodrigo animou-se. Então mandei um sms para o cara que respondeu. Rodrigo que já era agitado ficou mais ainda, broxou e correu para a mala verificar seus pertences, aproveitou e escondeu seu tablet. Só ai caiu minha ficha, que merda!

Rodrigo, relaxa cara, já mandei um sms para o cara cancelando. Você nem o conhece. Desculpa, eu só queria ajudar...

Pow Eduardo, eu até me animei, mais já fiquei desconfiado, não sou daqui, não conheço nada. Até corri para minha mala, guardei minhas coisas. Eu tenho receio.

Tudo bem, eu entendo. Eu que sou burro, não vejo maldade nessas coisas, mais deveria ver  e saber que tem pessoas de ma fé. Enfim, relaxa.

Voltamos para a cama e ficamos conversando sobre os mesmo assuntos. Rodrigo então abriu sites em seu tablet e ficamos lendo e rindo de comentários feitos em sites de diversos boys, entre eles um blog de São Paulo que é bem acessado. Ele faz uma avaliação de garotos de programa de SP e outras cidades, como Rio. A madrugada foi passando e com muito sono eu disse a Rodrigo que precisava descansar, pois começaria num novo trabalho no dia seguinte.  Fui para a cama de solteiro ao lado e dormi profundamente. Quanto a Rodrigo... Bom,  varou a madrugada navegando em seu tablet, não sei se navegando mesmo ou vigiando meu sono, achando que se dormisse acordaria sozinho em seu quarto, sem sua mala e seus pertences.

Eu não o julgo, afinal ele já foi vitima de uma situação dessas. Porém, nunca passou pela minha cabeça roubar alguém ou fazer algum mal nesse sentido. Não é do meu temperamento e índole fazer isso. Procuro conquistar minhas coisas de forma honesta e embora haja muitos garotos de caráter duvidoso no mercado do sexo, há também garotos que procuram trabalhar seriamente nesse ramo e muitas vezes também são vitimas de pessoas desequilibradas que os perseguem, os enganam, os agridem e o principal, os desmoralizam. Em uma via de mão dupla o risco é proeminente nos dois lados.

Acordei com muito sono, me arrumei, tomei café, despedi-me de Rodrigo e fui para meu primeiro dia de trabalho. Foi muito difícil trabalhar cansado, mais consegui sobreviver ao primeiro dia. Agora é adaptar-me aos novos horizontes, levando Eduardo comigo até quando ele quiser partir... Creio que logo ele compre sua passagem de ida só não sei para qual destino...


O garoto errado
twitter.com/Eduardowhitee
garotoprivado@hotmail.com

9 de mar. de 2013

PRAZER NA SAUNA

As máscaras caem e a nudez da verdade sempre prevalecerá [Princie Encantado]

Vivendo na pele de Eduardo, eu comecei a sentir a necessidade de conhecer mais lugares e me colocar mais em outra situações. Acho interessante como campo de pesquisa, sobretudo de comportamento humano. Se entre quatro paredes meus clientes despiam-se das máscaras sociais que usavam no dia a dia, quem dirá em lugares oportunos...

Fazia tempo que queria ir a uma sauna para relaxar. Já tive a possibilidade de ir, mais fui como “eu mesmo”, agora eu queria ir como Eduardo, pois tinha certeza que a experiência seria totalmente diferente. Era um território a ser explorado, poderia render bons contatos, então decidi ir desde que não fosse sozinho. Primeiro tentei combinar com Junior mais nossas agendas estavam difíceis, depois falei com Renato e também a mesma dificuldade. Resolvi que iria deixar acontecer quando fosse oportuno.

Era domingo, a tarde estava quente. Eu havia acabado de atender um cliente no centro da cidade e já estava no ponto esperando o ônibus. Quando decidi passar um sms para Renato, pois pensei em ir a sauna que ficava próximo dali, mais não queria ir sozinho.

E ae, qual é a boa? Mandei

Ah cara, estou aqui na sauna, mais me arrependi, nem devia ter vindo... Respondeu ele

Ao ler o sms de Renato logo me animei, sai caminhando direto para lá, ao seu encontro...
Hei cara, me espera ai, to a caminho!

Cheguei a endereço da Sauna, ao abrir o portão pude ouvir diversas vozes e burburinhos de pessoas conversando, o que significava que o movimento estava legal. Fui a recepção, paguei minha entrada, recebi as chaves do meu armário com duas toalhas e um par de chinelos. Tirei minhas roupas, guardei no meu armário, fiquei só de toalha e chinelos fui circular pela Sauna.
Logo fui notado pelos caras que estavam por lá, grande parte eram coroas, outros eram homens de meia idade e aparência legal e cerca de uns cinco garotos que pareciam um grupo de amigos, pois conversavam e andavam juntos.  
A sauna em si era uma casa com espaços adaptados, com sauna a vapor e a seco, sala de vídeo, um micro labirinto com cabines prive para transas, dois quartos com cama estilo tatames para suburas e um pequeno bar. Além de uma estrutura pequena eles eram avessos a boys de programa, não aceitavam em hipótese alguma. Porém, isso não era problema, pois meu objetivo não era fazer programa lá dentro e sim contatos.

Fui circular em busca de Renato mais não o encontrei... Algumas volta e me senti deslocado, pois aquilo parecia mais um clube da Luluzinha, com pequenas rodinhas de conversa e olhares maliciosos, com olhos fixos e apertados mirando para mim. Num primeiro momento me senti acuado por estar ali no meio de tantos caras e ficava pensando... “Onde vim me meter?”. Como os ambientes eram quase totalmente escuros, exceto a saunas quente e a vapor, decidi ficar em uma delas para relaxar. Entrei na sauna a vapor, sentei-me, afrouxei um pouco minha a toalha e fiquei por um tempo. Haviam mais alguns caras, que se olhavam lançando indiretas para pegação. Ao meu lado um coroa tatuado e enxuto ficou me secando. Embora eu tivesse entendido a dele eu fiquei na minha. Me deixando ser observado quase nu, com uma parte da toalha tampando apenas o pau.

Depois de alguns minutos relaxando fui para ducha me refrescar, enxuguei-me e fui para sala de vídeo... E nada do Renato... Eu já estava ficando nervoso. A sala era uma saleta minúscula com cerca de oito cadeiras e uma pequena tv com um filme pornô gay rolando. Entrei e sentei-me em uma das cadeiras. Ao meu lado estavam três caras, um deles batendo punheta para o outro, mais assim que me viu foi parando aos poucos e puxou papo comigo, deixando o oturo cara de lado.

EU CONHEÇO VOCÊ! Disse o cara para mim.

Eu? Perguntei...

Sim, tenho você no meu MSN, faz muito tempo que não nos falamos. Muito mesmo...

E o cara começou a falar do meu “eu mesmo”.  QUE MERDA, ELE ME CONHECIA! Mais lembrava apenas de fragmentos e por sorte não lembrava do meu nome... Mesmo esforçando-se... Então, naquele momento Eduardo falou mais alto dentro de mim.

VOCÊ É O...

Eduardo! Completei olhando dentro de seus olhos.

Isso, Eduardo. Nossa você sumiu! Faz tempo que quero te conhecer. Disse. Neste momento o cara que ele estava punhetando pareceu irritado, levantou-se e saiu com o outro cara.

Depois vamos brincar na cabine! Disse para o outro enquanto ele saia e fechava a porta.

Mais e você, o que ta fazendo aqui? Perguntou pegando e apertando meu pau.

Vim com um amigo me divertir. Respondi tirando parte da toalha e deixando meu pau duro a mostra.

Que delicia! Cadê ele? Vamos na cabine trepar a três?

Neste momento Renato abriu a porta. Poxa, te achei!

Olha meu amigo ae! Sobre trepar a três a gente vê, agora vou dar um giro por ae... disse a ele saindo da sala.

Pow cara...

Troquei uma ideia rápida com Renato, que apesar de ser um cara comunicativo estava um tanto acanhado, não costumava fazer amizades de forma fácil. Não olhava nos olhos das pessoas a sua volta, não sorria para elas como um convite ao papo ou algo mais e isso talvez o retraia mais.

Como não tinha ido lá só a passeio eu quis esquentar a coisa. Minha ideia era atiçar os caras, provocá-los com o intuito de trocar contatos. Não demorou muito eu e Renato começamos a nos pegar. Fomos para um dos quartos sem porta com o tatame. Ficamos sentados nos beijando, ele beija muito gostoso e isso me dava um tesão tremendo. Sentado com a toalha frouxa ficamos nos pegando e logo isso atraiu alguns caras para nosso quarto. Ficaram encostados na parede admirando a cena que esquentava cada vez mais. Aos beijos com Renato eu afrouxei minha toalha de deixei meu pau a mostra; estava durasso.

Enquanto minha boca estava conectada com a boca de Renato eu comecei balançar meu pau sem colocar a mão sobre ele. Isso deixou os caras que estavam lá presentes loucos e atiçados; beijando Renato eu os via com os olhos fixos no meu pau. Logo senti algo molhado e quente, e uma textura macia. Era um cara que não aguentou e caiu de boca; por sinal o cara mamava muito bem, chupava com gosto e devagar, como se estivesse degustando um sorvete. Depois veio outro e juntou-se a ele caindo de boca e mamando no mesmo ritmo, a partir daí formou-se um pequena fila de quatro caras que revezavam meu pau, mais logo cansaram-se pois eu só disponibilizei meu pau para mamadas. Alguns tentaram entrar na pegação entre eu e Renato, mais não deixamos que entrassem entre a gente. Em seguida veio o coroa tatuado que ficou me secando, ele apenas pegou no meu pau com uma mão e com a outra ficou massageando  meu cu com o dedo. Deduzi que ele era somente ativo. Deixe-o brincar um pouco e logo cortei o barato do coroa, pois eu e Renato saímos do quarto, porém Renato quis ficar apenas em um canto, já eu quis circular pela sauna.

Para minha surpresa encontrei um cliente que estava acompanhado por um amigo. Ficamos batendo um pouco de papo enquanto outros caras chegavam e transitavam entre nós. Muitos passavam e me olhavam com os olhos apertados, chamando descaradamente para uns pegas. Era engraçado ver como as pessoas se moldam ao meio social. Ali era um território liberto de preconceitos e todos sentiam-se a vontade para ir a caça. Depois de papear um pouco com meu cliente continuei explorando o ambiente, pois ele também estava acompanhando.

Num outro canto um grupo de garotos se divertiam com dois irmãos chineses e jovens recém chegados a cidade e que mal falavam português, então conversavam em inglês. Fiquei próximo observando e um cara jovem, careca e malhado chegou em mim perguntando de eu morava num bairro da zona sul. Eu disse que sim, mais não no bairro que ele havia indicado. Sem cerimônia apertei o mamilo dele e com um sorriso sacana ele apertou o meu. Acabamos indo para uma das cabines dar uns pegas, ele era só ativo, mais me chupou muito e ficou doido querendo me comer, mais só provoquei, deixei ele brincar na minha bunda por uns cinco minutos e cai fora da cabine, deixei com ele meu número de celular.

Fui ao bar, peguei um suco e voltei para a sala mais escura da sauna e lá estava Renato, sentado e meio deslocado. Passei a mão em seus cabelos provocando-o.

E ae cara?! Quer suco?

Não, de boa...

Ta ae desde aquela hora? Perguntei

Sim, estou... Respondeu meio desanimado

Poxa, não quis circular por ae por que?

Ah, não to afim...

Terminei meu suco, me levantei e chamei Renato para dar um volta, ele levantou-se e ficou meio indo e não indo. E ai, você vai ficar parado? Perguntei. Então ele aproximou-se de mim e começamos a nos beijar. Alguns caras que estavam parados no meio daquele breu ficaram nos olhando. Creio que embora estivéssemos numa sauna masculina essas situações em público sejam vetadas, somente permitidas na cabine. Ao meu ver totalmente careta, mais cada cidade tem uma realidade.

Antes que chamassem nossa atenção levei Renato para uma cabine, mais embora tivesse um espaço razoável para trepar achei desconfortável. Propus a Renato um dos quartos coletivos, ele topou, porém foi em vão, havia um cara deitado de bruços com a bunda disponível para quem quisesse. Então fomos para outro quarto e foi a mesma coisa, outro cara de bunda pra cima. Sem cerimônias continuamos ali mesmo, nos beijamos e logo virei Renato de costas para mim, cuspi na minha mão e passei em sua bunda e com meu pau encapado e latejando meti tudo de uma vez em sua bunda. Ele gemeu de prazer... Comecei a meter forte em seu rabo, e como sua bunda batia em minhas bolas começou a fazer aquele barulho gostoso de pau socando forte, isso atraiu alguns curiosos que rondavam o quarto. Um cara parou no meio fio na entrada e ficou nos observando. No tatame o cara de bunda para cima ficou paralisado. Das duas a uma, ou ele ficou revoltado por eu não comê-lo e atrapalhar a estratégia dele de ser comido ou ficou morrendo de tesão vendo dois caras transarem ali na cama onde ele estava “disponível”. Enfim, nunca saberei...

Renato com da primeira vez deu muito gostoso, gosta que meta forte e isso me deixa louco. Como já tinha dado uns pegas antes e havia segurado para não gozar eu não aguentei meter por muito tempo e gozei gostoso. Nos beijamos mais alguns minutos e logo nos enrolamos em nossas toalhas e saímos do quarto.

Vou tomar uma ducha e ir embora, já ta ficando tarde. Vamos comer algo? Disse a Renato.

Ele topou, então fui para a ducha, tomei um banho demorado enquanto alguns caras que estavam circulando entre as saunas observavam. Sai, me enxuguei, fui até meu armário, troquei de roupa e nada do Renato... Paguei minha conta e fui embora. No trajeto mandei um sms para ele, que ficou pela sauna.

Depois ele respondeu desculpando-se por não ir embora comigo, disse que não estava muito bem...

A caminho de casa eu observava a noite, carros nas rodovias, luzes acesas, faróis altos, vento no rosto, pessoas sentadas, pessoas em pé, pessoas nas ruas, pessoas, pessoas e mais pessoas... Todas com algo em comum, uma máscara penduradas em seus rostos para viver aqui fora... E eu? Ainda me vejo no meio fio... Eduardo seria minha máscara para viver aqui fora? Não estou pronto para responder ainda... É preciso mais alguns minutos de queda livre... e sem paraquedas...

O garoto errado
garotoprivado@hotmail.com