É a teoria que decide o que podemos observar. [Albert
Einstein]
Muitas vezes passamos observamos a vida e confundimos o
tempo despendido com a contemplação, ficamos indecisos de quais rumos tomar de
deixamos de tentar e nos lançar a novos feitos pré-julgando um comodismo que
acreditamos ser o caminho certo.
A temporada em São
Paulo surpreendeu, nunca imaginei que depois de meses parado ao retornar eu
seria surpreendido novamente com minha agenda lotada. Posso dizer que este
retorno aconteceu sem pretensão. Desde a mudança brusca a que me impus devido
ao meu esgotamento em São Paulo e uma oportunidade de trabalho que veio a
calhar em maio de 2014, eu havia parado com os programas, foram 18 meses imersos
num escritório, focado em outra área profissional envolvido com outros projetos
que só me fizeram crescer pessoalmente. Obviamente houve momentos em que batia
a saudade de Eduardo e da vida como garoto de programa. Não ter horários definidos para dormir e
acordar, ser meu próprio patrão e fazer meu próprio lucro. Porém havia também a
lembrança de algumas inquietações e das incertezas que vivemos diariamente.
Mesmo assim a vontade de voltar e fazer algumas temporadas como uma despedida
estendida existia dentro de mim. Falo despedida pois já não tenho o mesmo
ritmo, em um ano muitas coisas mudaram e não posso me dedicar 100% a vida de
Garoto de Programa.
Nesses devaneios nossa política e os escândalos na corrupção
do pais quebram o Brasil e claro, nós trabalhadores pagamos o pato, eis que meu
contrato não foi renovado com uma singela carta de elogios pela presteza nas
atividades desenvolvidas acompanhado de um recado: “PASSE EM NOSSO RH NO MÊS DE
JANEIRO DE 2016, ATÉ LÁ ESPERAMOS RECONTRATA-LO”.
O reflexo dessa onda foi tão grande que demitiram
estagiários, prestadores de serviço e reduziram o horário da jornada de
trabalho, além de outros cortes.
Estávamos em agosto e eu era mais um desempregado nas estatísticas
do Governo, foi então que pensei “É AGORA OU NUNCA”; Decidi chamar Eduardo
White para assumir minha vida, pelo menos até janeiro de 2016. Isso é um
ultimato? Claro que não! Eduardo poderá ainda permanecer e partilhar meus dias.
Não ousarei estabelecer um ponto final para não precisar me retratar
posteriormente. Apenas digo que até o fim de 2015 ele estará 100% na ativa.
Voltando aos programas, primeiro comecei atendendo clientes em
minha cidade, São José dos Campos, mas como sabemos em toda cidade pequena o
mercado do sexo pago é mais difícil e grande parte não se dispõe a pagar um
cachê digno que compense seu trabalho e deslocamento, sem contar os gastos
extras que temos com preservativo gel lubrificante, óleo para massagem e
gasolina para o deslocamento. Por esse motivo voltei atender pouquíssimas pessoas
em minha cidade natal, visto que com os reajustes no cachê apenas uma parcela
se disporia a pagar o valor solicitado para um programa.
No final de setembro planejei então uma temporada em São
Paulo, a prioridade foi dada aos meus
clientes antigos, embora eu pensei em recorrer a outros meios como sites pagos
de anúncios de garoto, eu resolvi tentar abrir minha agenda somente para quem
já me conhecia de longa data. O primeiro comunicado veio pelo meu blog, que já
não conta com os milhares de acessos em tempos áureos, mesmo assim ainda é
muito lido, depois parti para um corpo a corpo enviando um tipo de freepass via
whatapp para minha carteira de clientes, pessoas com quem mantenho algum contato
e falo sobre amenidades e para fechar coloquei um breve aviso num dos portais
mais importante de avaliação de GPs em São Paulo. Para minha surpresa no
primeiro anúncio eu comecei a receber pedidos e até a semana véspera da viagem
eu já estava com 90% da agenda fechada e precisei antecipar um dia da viagem
marcada.
Na véspera da viagem eu dormi apenas 5horas devido a tanta
ansiedade e apreensão. Por vezes eu pensei se daria conta de toda essa demanda,
mesmo assim era algo que eu desejava fazer e engolindo o medo e o nó na
garganta parti rumo a São Paulo uma noite antes da temporada, para dormir na
casa de um amigo e de lá ir para o hotel para que não houvessem atrasos. Meu
primeiro cliente estava marcado para 12h30 de quinta-feira.
Cheguei ao hotel, fiz check in e subi rapidamente para o
quarto 114 de onde eu avistava a Catedral Ortodoxa, uma imagem imponente que me
trazia lembranças de temporadas passadas quando me hospedava naquele hotel.
Com tempo cronometrado tomei uma ducha e me vesti para meu
primeiro cliente. Eu estava um pouco nervoso pelo encontro. Na ocasião eu
esperava Henrique, um voyer, cliente assíduo eu já o havia atendido mais de
três vezes para transas assistidas; em todos encontros eu me exibia e transava
com um parceiro diferente, ora sendo passivo, ora sendo ativo, em nenhuma das
vezes Henrique participou, ele apenas nos assistia com ar de excitação. E com o
tempo fomos adquirindo afinidades um pelo outro, isso fez com que estreitássemos
laços, pois éramos parecidos como pessoas. Neste reencontro, após mais de um
ano ficamos combinados que iríamos nos tocar, ele me faria uma massagem e dela
poderiam surgir outras coisas.
De banho tomado, trajando bermuda e camiseta preta ele
avisou que estava subindo, confesso que ansiedade tomou conta de mim. Foram
longos 17 meses sem atender a um único cliente em São Paulo e lá estava eu, na
pele de Eduardo White esperando seu primeiro cliente.
Três batidas, respirei fundo e abri a porta sorrindo.
Oi, tudo bem? Quanto
tempo!
Tudo bem, e você? Nos abraçamos!
Como você está? O que tem feito?
Dali trocamos algumas palavras, eu me vi um pouco sem graça.
Comprei pra você! Entregou-me um embrulho bonito “Casa das
Cuecas”.
Opa, obrigado! Vou vestir pra você. Disse
Ao tirar o short meu pau já estava dando sinais, estava
endurecendo tamanha excitação. Vesti a cueca, era preta com listras e ficou
ajustada ao meu corpo. Logo Henrique tirou sua roupa e ficou também só de
cueca, a meia luz no quarto eu deitei na cama, coloquei uma máscara para tampar
meus olhos e relaxei para que ele me fizesse a massagem combinada.
A cada toque com óleo e creme suas mãos deslizavam cada vez
mais gostosas pelas minhas costas. Ele começou massageando-me de bruços,
espalhou creme e óleo pelos meus ombros, costas e continuou descendo, brincou
com minha bunda e meu pau, que já estava duro, com seus dedos me penetrou e
massageou meu cuzinho, seguindo para as pernas e pés.
Agora vira de frente pra mim. Pediu em tom baixo.
Deitado de frente para Henrique, pude sentir suas
mãos deslizarem pelo meu corpo, a cada toque o nível de excitação aumentava,
massageou meu peito, pau, bolas, pernas e logo deitou-se por cima de mim, me
beijando com cuidado. Ali nossos corpos ficaram entrelaçados e não houve
penetração, mas uma bela punheta, suas mãos lambuzadas de óleo estimularam meu pau
por vários minutos que resultaram numa gozada farta. Foi uma sensação muito
gostosa de reencontro e prazer, sobretudo pela barreira transposta ali entre um
observador e seu observado, seu objeto de estudo.
Henrique havia quebrado a
barreira que nos separava e saia dali com algo modificado. Pode ser que isso
não se repita novamente, mas de qualquer forma foi algo único. Após uma ducha nos
despedimos e pouco tempo depois eu receberia outro cliente.
Continua...
O Garoto errado